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Título: Manual de análise de paisagem: volume 3: procedimentos para a geração de índices espaciais das unidades amostrais de paisagem.
Autoria: LUZ, N. B. da
MARAN, J. C.
GARRASTAZU, M. C.
ROSOT, M. A. D.
OLIVEIRA, Y. M. M. de
FRANCISCON, L.
FREITAS, J. V. de
Afiliação: Naissa Batista da Luz, Consultora da FAO; Jéssica Caroline Maran, Consultora da FAO; MARILICE CORDEIRO GARRASTAZU, CNPF; MARIA AUGUSTA DOETZER ROSOT, CNPF; YEDA MARIA MALHEIROS DE OLIVEIRA, CNPF; LUZIANE FRANCISCON, CNPF; Joberto Veloso de Freitas, Serviço Florestal Brasileiro.
Ano de publicação: 2018
Referência: Colombo: Embrapa Florestas, 2018.
Conteúdo: O Inventário Florestal Nacional do Brasil (IFN-BR) visa fundamentar a formulação e implementação de políticas públicas de desenvolvimento, uso e conservação dos recursos florestais, bem como a gestão desses recursos, por meio de informações suficientes, confiáveis e periodicamente atualizadas, coletadas no campo. Estudos em escala de paisagem, por sua vez, também têm adquirido importância fundamental dentro desse contexto, por permitirem a avaliação da dinâmica de uso e cobertura da terra e das interações entre padrões espaciais e processos ecológicos, envolvendo florestas e outros usos da terra, como a agricultura. Por sua vez, a Política Nacional de Meio Ambiente no Brasil tem por objetivo a preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar, no país, condições ao desenvolvimento socioeconômico, aos interesses da segurança nacional e à proteção da dignidade da vida humana. Dessa maneira, o objetivo geral da Política Nacional do Meio Ambiente está dividido em preservação, melhoramento e recuperação do meio ambiente. Para poder implementar ações relativas a tais objetivos requer-se instrumentos de diagnóstico e análise que permitam mapear e avaliar ecossistemas e os respectivos serviços que proveem em seus territórios, ambos espacialmente explícitos. Daí advém a necessidade de incluir dados e indicadores espaciais na análise. Nessa avaliação, torna-se também necessário traduzir o resultado de abordagens técnico-científicas em informação compreensível para a implementação de políticas públicas e tomada de decisão, o que pode ser feito por meio de mapas, indicadores, relatórios e gráficos. Assim, a Embrapa Florestas desenvolveu, em conjunto com o Serviço Florestal Brasileiro (SFB) e com o suporte da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO), uma metodologia para a análise espacial da estrutura da paisagem, no contexto do IFN-BR. O objetivo do denominado Componente Geoespacial dentro do projeto do IFN-BR, ao longo das diferentes edições, é observar a dinâmica de uso das florestas por meio de imagens orbitais, em escalas compatíveis com os interesses nacionais e estaduais e utilizando, para tanto, indicadores como mudanças no uso da terra e fragmentação florestal. De tal maneira, pretende-se produzir informações sobre a importância e qualidade dos recursos florestais em relação a outros usos da terra, em escala de paisagem, ressaltando suas funções, qualidade e pressões incidentes, de modo a subsidiar a formulação de políticas públicas que sejam apropriadas à região e à sua escala de abordagem. A análise da paisagem complementa outros dois componentes do IFN-BR, a coleta de dados em campo e o levantamento socioeconômico, além de ser destinada ao monitoramento do componente florestal em escala de paisagem, ao longo do tempo. Nesse contexto estão inseridas as chamadas Unidades Amostrais de Paisagem (UAPs), por meio das quais é implementado o Componente Geoespacial do IFN-BR, concebidas para oferecer um ferramental que permita ao usuário a visualização de aspectos da paisagem conjugados sob a forma de indicadores e seus respectivos índices. As UAPs são áreas amostrais permanentes de 100 km², distribuídas sistematicamente em um grid de 40 km x 40 km sobre todo o território nacional, perfazendo um total de aproximadamente 5.500 unidades. Todas contêm uma Unidade Amostral de Campo do IFN-BR, na forma de um conglomerado, localizada em seu centro geométrico. Dessa maneira, a estratégia adotada foi desenvolver a metodologia de todos os componentes do IFN-BR com vistas à sua integração e posterior análise conjunta. Uma vez que proporcionam a possibilidade de análises estáticas, ou seja, em apenas uma ocasião, ou dinâmicas, quando os índices são calculados em sucessivas ocasiões, as UAPs constituem unidades de diagnóstico e de monitoramento. A base para o cálculo dos índices de paisagem e posteriores análises é o mapa de uso e cobertura da terra, obtido empregando-se processos de classificação e análise de imagens orientada a objetos, seguindo os procedimentos descritos por Luz et al. (2018a, 2018b). Assim, os indicadores e índices de paisagem permitem estabelecer um diagnóstico integrado de cada UAP, que, por sua vez, reflete uma determinada combinação de características biogeoclimáticas (classe territorial ou ecorregião), associadas a fatores de influência antrópicos ou naturais, ocorrentes naquela localidade. O uso e a combinação de mais de um grupo de indicadores e índices é altamente recomendável por fornecer mais informações para a conservação da paisagem (Lindenmayer et al., 2008), uma vez que apenas o mapeamento do uso e cobertura da terra por si só, e a quantificação das respectivas superfícies não proveem informações sobre o padrão da paisagem florestal, sua fragmentação e conectividade. De fato, nenhuma medida única, analisada isoladamente, pode capturar integralmente a complexidade do arranjo espacial dos fragmentos em uma paisagem (Estreguil et al., 2014). De tal maneira, um conjunto de índices constitui uma ferramenta para o planejamento estratégico da paisagem, e a possibilidade de se quantificar avanços no estabelecimento de determinadas políticas voltadas à gestão territorial e ao uso e conservação de florestas. Foram estabelecidas sete categorias de indicadores de qualidade da paisagem de acordo com o objeto ou tema de análise. Dessa maneira, os indicadores da qualidade da paisagem se referem à sua composição (ocupação das classes de uso e cobertura da terra), morfologia (categorização dos padrões morfológicos do habitat florestal), mosaico (categorização da vizinhança das classes de uso e cobertura da terra), similaridade de habitats adjacentes (categorização da interface de bordas do habitat natural com outras classes de uso e cobertura da terra), conectividade (determinação do grau de conexão existente entre fragmentos de habitat natural e simulação de cenários representando o incremento na conectividade com base na restauração florestal), fragmentação (determinação do grau de fragmentação do habitat natural) e zonas ripárias (avaliação da pressão antrópica a que estão submetidos os remanescentes de habitat florestal nas zonas ripárias). A combinação linear desses índices gera um score único por UAP, o que permite estabelecer comparações entre elas e propor ações de recuperação, manutenção, ou melhoria da qualidade do componente florestal, relativas a determinados aspectos da paisagem. Além disso, os índices podem ser fornecidos tanto individualmente para cada UAP como sumarizados por estratos (ecorregiões, ou, unidades político-administrativas, por exemplo). O presente manual se atém à descrição detalhada dos procedimentos relativos ao cálculo e análise do conjunto de índices que irão gerar o diagnóstico final das UAPs.
Palavras-chave: Sistemas de informação geográfica
Monitoramento ambiental
Silvicultura de precisão
Análise de imagens
Série: (Embrapa Florestas. Documentos, 321).
Tipo do Material: Livros
Acesso: openAccess
Aparece nas coleções:Série Documentos (CNPF)

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