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Kamila Pitombeira
06/02/2012
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Assim como todas as culturas, o plantio da alface oferece riscos ao
produtor quando o assunto é doença. Nesse caso, o indicado sempre é a
prevenção, seja através da utilização de mudas e sementes sadias ou
ainda através da escolha adequada do local de plantio. Em condições
favoráveis e medidas de manejo inadequadas, as perdas de produtividade
devido ao surgimento de doenças na lavoura podem chegar a 100%.
Portanto, além das medidas preventivas, o produtor deve atentar para o
controle do problema.
— Diversas doenças afetam a cultura. Na entrevista, vamos falar
sobre as doenças bióticas, ou seja, aquelas causadas por um ser vivo,
como bactérias, fungos e nematóides — afirma Ailton Reis, engenheiro
agrônomo e pesquisador da Embrapa Hortaliças.
Entre elas, ele cita a cercosporiose, a septoriose e o mofo branco,
as mais importantes causadas por fungos. Já entre as causadas por
bactérias, as mais importantes são a podridão mole e a mancha
bacteriana. Existem ainda as doenças causadas por vírus e a principal
delas é o mosaico da alface. Já entre as causadas por nematóides, estão
as galhas de raízes.
— O prejuízo que elas podem gerar ao produtor rural depende muito de
fatores externos, como o climático. Se as condições climáticas forem
favoráveis e o produtor não aplicar medidas de controle adequadas, a
perda da produção pode chegar a 100% — conta o entrevistado.
Para detectar a presença das doenças na lavoura, Reis explica que é
importante que o produtor tenha certa experiência, pois assim ele é
capaz de reconhecer as principais doenças da cultura analisando apenas
os sintomas.
— No entanto, outros fatores podem ajudá-lo a identificar a presença
de doenças. Um deles é a aquisição de livros e manuais que possuam
ilustrações da doença. Além disso, a internet também serve como uma
ferramenta de busca de material — diz.
Já a forma mais adequada de controle, de acordo com o pesquisador,
depende bastante do tipo de cada doença e qual parte da planta ela
ataca. No caso do fungo, que ataca a parte aérea, pode-se utilizar um
fungicida. No caso de vírus, seu controle não é possível, mas sim o do
vetor. Já o controle de nematóides, geralmente é feito através de
resistência genética.
— O produtor escolhe uma cultivar de acordo com sua produtividade,
seu aspecto e sua aceitação pelo comércio. Não adianta cultivar uma
variedade resistente se o comércio não a aceita. Portanto, o primeiro
critério é a aceitação da cultivar no mercado — conta.
Para controlar uma doença de maneira correta, Reis afirma ser
importante identificá-la corretamente porque, muitas vezes, os sintomas
confundem o produtor. No caso de pouca experiência, é indicado procurar
a orientação de um especialista.
— De forma geral, o mais importante é a prevenção, como a utilização
de mudas e sementes sadias, a escolha adequada da área e o fornecimento
de água de irrigação e nutrição correta —orienta ele.
Para mais informações, basta entrar em contato com a Embrapa Hortaliças através do número (61) 3385-9000.

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