Arroz

Foto: Rosa Lía Barbieri

Arroz

Ariano Martins de Magalhães Júnior

Antônio Costa de Oliveira

O termo biodiversidade foi adotado no final da década de 1980 e define variações em todos os níveis de organização entre organismos (WILSON, 1997). O estudo de biodiversidade é, portanto, extremamente complexo. Do ponto de vista genético, envolve as seguintes considerações: a) o estudo de sequências de DNA, muitas delas sem efeito na expressão gênica, analisando a estrutura do genoma; b) o estudo de genes com valor adaptativo, analisando regiões genômicas codificantes; c) o estudo de diferenças e similaridades entre indivíduos de uma mesma espécie; d) o estudo de espécies e especiação, bem como das interações entre organismos que compõem comunidades (BASE DE DADOS TROPICAL, 2005).

É estimado que exista cerca de 5 a 30 milhões de espécies no planeta, das quais, até o momento, somente 1,4 milhão foi catalogado (WILSON, 1997). Aproximadamente 260 mil espécies de plantas foram descritas até o momento, mas somente 30 espécies, aproximadamente, são usadas em maior escala para consumo humano. Entre as mais usadas, destacam-se o arroz, o milho e o trigo, os quais respondem por 70% do consumo mundial diário de alimentos. Ou seja, usa-se em escala comercial ou para fins de subsistência uma fração mínima da diversidade biológica existente.

Aproximadamente 230 mil acessos de arroz (Oryza spp.) estão preservados em bancos de germoplasma no mundo inteiro. A base genética do melhoramento da cultura é, no entanto, bastante estreita. Não se sabe com exatidão o número de cultivares de arroz existentes no mundo, porém é estimado que haja mais de 140 mil variedades lançadas (IRRI, 2005).

A maior coleção encontra-se no International Rice Research Institute (Irri), nas Filipinas, onde, desde 1962, se têm relatos de coleta, conservação e caracterização de acessos de arroz. O Internacional Rice Genebank (IRG), construído em 1977, consta atualmente de cerca de 107 mil acessos (IRRI, 2005).

Na América Latina, o número de variedades de arroz utilizadas em programas de melhoramento era limitado, há pouco tempo, a 12 acessos (BASE DE DADOS TROPICAL, 2005). No Brasil, onde o arroz irrigado responde por cerca de 50% da produção nacional, a base genética dos programas de melhoramento estava recentemente resumida a sete variedades (RANGEL et al., 1996).

A coleção de germoplasma do gênero Oryza, em nível mundial, iniciou no final da década de 1950. No início dos anos de 1970, esforços internacionais de coleta de germoplasma de arroz selvagem resultaram no aumento de pool gênico, sendo responsável pela chamada “revolução verde” do arroz (VAUGHAN et al., 2003).

No Brasil, o arroz é uma das espécies, em pesquisa, mais intercambiadas (FREIRE et al., 1999), sendo introduzido de diversas regiões do mundo, com destaque para o Irri, e para o Centro Internacional de Agricultura Tropical (Ciat), na Colômbia.

Genealogia e taxonomia

O arroz pertence à divisão Angiosperma, classe das monocotiledôneas (plantas que possuem um único embrião e um só cotilédone), ordem Glumiflora, família Poaceae (anteriormente denominada Gramineae), subfamília Bambusoideae ou Oryzoideae (definida mais tarde), tribo Oryzea, e gênero Oryza (Botelho, 1914). É uma planta anual ou perene, que pode se desenvolver em condições de solo alagado ou seco (MAGALHÃES JUNIOR et al., 2004). As gramíneas, provavelmente, surgiram na era Mesozoica e evidências circunstanciais sugerem que tenha sido em clima tropical e que, a partir de então, diversas linhas evoluíram e adaptaram-se a vários hábitats.

As tribos de gramíneas atuais parecem ter evoluído a partir de um ancestral com x=6, em mais de uma ocasião e em diferentes linhas, provocado pela redução, supressão e modificação de cromossomos. Evidências sugerem que existam diferentes caminhos evolutivos para essas tribos. A linha bambusoide, formada pela tribo Oryzeae, possui cromossomos de tamanho médio a pequeno, com x=12, provavelmente derivados por duplicação cromossômica de gramíneas ancestrais do número básico x=6 (TERRES et al., 1998). O grande número de cromossomos de tamanho pequeno é uma característica considerada primitiva pelos citogeneticistas. Uma análise numérica taxonômica da família das gramíneas, que provavelmente reflete relações evolutivas, mostra a associação entre o arroz e o bambu e uma divergência do arroz para com outros cereais, dificultando a hibridação entre eles.

Taxonomicamente, o arroz engloba duas tribos de importância alimentar, que são a Zizaniae e Oryzae. Zizaniae inclui os gêneros Zizaniopsis e Zizania, sendo este último o mais conhecido, apresentando relação de parentesco com Oryza, gênero do arroz cultivado. Designado pelos norte-americanos como wild rice (arroz selvagem), o gênero Zizania (Figura 1) reúne cerca de quatro espécies, merecendo destaque Z. aquatica, comumente encontrada em regiões alagadiças dos EUA, e Z. latifolia, utilizada como verdura no leste da Ásia (WET; OELKE, 1978; OELKE et al., 1997), todas elas com pequena expressão alimentar no mundo, mas que vêm ganhando importância na culinária exótica.

Figura 1

Figura 1. Arroz selvagem (wild rice) do gênero Zizania.

Foto: Ariano Martins de Magalhães Júnior

A tribo Oryzae, que contém o gênero Oryza, é atualmente composta por 23 espécies (VAUGHAN; CHANG, 1995), com destaque para duas espécies cultivadas: O. glaberrima Steud., arroz cultivado africano (Figura 2), e O. sativa L., arroz cultivado asiático (Figura 3), que é a mais conhecida por sua importância na alimentação humana. Citogeneticamente, ambas são diploides com número básico (x) de 12 cromossomos (2n=24, no tecido somático). Apesar da grande semelhança, existem diferenças entre seus genomas e, por isso, o da O. sativa é representado por AA e o da O. glaberrima, por AgAg. Embora possam apresentar cruzamento natural entre si (hibridação), dependendo da interação genótipo-ambiente, ambas as espécies são predominantemente autógamas. A fecundação ocorre antes ou no momento da abertura das glumelas (lema e pálea), expondo o pistilo de estigma bifurcado, os estames e as anteras com o pólen (TERRES et al., 1998).

Figura 2

Figura 2. Arroz cultivado africano Oryza glaberrima Steud.

Foto: Ariano Martins de Magalhães Júnior

Figura 3

Figura 3. Arroz cultivado asiático Oryza sativa L., pertencente aos grupos Japônica (A), Índica (B) e Javânica (C).

Fotos: Ariano Martins de Magalhães Júnior

O gênero Oryza foi assim denominado por Linnaeus em 1753. O número haploide de cromossomos do arroz foi determinado por Kuwada em 1910, porém somente na década de 1960 é que os caracteres que definiram o gênero foram estabelecidos (TATEOKA, 1964). A Tabela 1 apresenta uma lista de espécies do gênero Oryza com seus respectivos números de cromossomos, genomas e hábitats preferenciais.

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Tabela 1. Espécies do gênero Oryza identificadas e catalogadas.

Fonte: Vaughan, Morishima, Kadowaki (2003), adaptado pelo autor.

As principais características morfológicas do gênero Oryza são a presença de glumas estéreis rudimentares, espiguetas bissexuais e folhas estreitas, herbáceas com nervuras lineares e bordos serrilhados (VAUGHAN et al., 2003).

Botanicamente, esse gênero se caracteriza por apresentar espigueta conectada à ráquila e por conter uma única flor terminal fértil, composta de duas glumelas florais (pálea e lema), seis estames, um estigma bífido e duas glumelas estéreis localizadas na base da flor (PEREIRA, 2002).

A espécie O. sativa caracteriza-se botanicamente por apresentar ramificações secundárias nas panículas, espiguetas persistentes no pedicelo e lígulas com até 10 mm de comprimento. Já a espécie O. glaberrima não apresenta ramificações secundárias nas panículas e caracteriza-se por possuir glumas e folhas glabras a ligeiramente ásperas, pericarpo vermelho e lígulas mais curtas do que O. sativa (PEREIRA, 2002).

Centros de origem e dispersão

O gênero Oryza tem sua origem e distribuição em várias partes do mundo, tais como: a) no continente asiático, onde são encontrados O. sativa, O. granulata, O. meyeriana, O. nivara, O. rufipogon, O. minuta, O. rhizomatis, entre outros; b) no continente africano, com destaque para O. glaberrima, O. barthii, O. longistaminata, O. puctata, O. brachyantha, entre outros; c) no continente americano, onde se encontram O. glumaepatula, O. latifolia, O. alta, O. grandiglumis; d) no continente australiano, com destaque para O. australiensis e O. meridionalis (VAUGHAN; CHANG, 1995).

A Tabela 2 apresenta, com destaque, espécies do gênero Oryza, sua provável origem e distribuição no mundo e alguns dos principais atributos que podem ser utilizados como fontes de genes para os programas de melhoramento genético do arroz.

Tabela 2. Diferentes espécies do gênero Oryza, origem, distribuição e principais características genéticas.

Tabela 2

Fonte: Vaughan e Sitch (1991), adaptado pelo autor.

Muito pouco se conhece sobre as espécies silvestres de Oryza, principalmente aquelas nativas da América do Sul. Os poucos estudos realizados com espécies sul-americanas utilizaram um número limitado de acessos, restritos geograficamente à região de Manaus, na Amazônia. Recentemente, no entanto, expedições de coleta desenvolvidas em uma grande extensão de rios da Amazônia e do Pantanal Mato-Grossense recuperaram amostras populacionais de espécies silvestres de arroz nativas do Brasil (BUSO, 2005).

Embora a identificação, caracterização e manutenção das diferentes espécies do gênero Oryza sejam de fundamental relevância, o destaque, em termos de importância alimentar mundial, recai atualmente sobre as espécies O. sativa e O. glaberrima.

Oryza sativa

Postula-se que o arroz asiático (Oryza sativa) seja originário da Ásia, no entanto, não se sabe com precisão o país onde foi domesticada essa espécie, embora existam fortes evidências de que seu centro de origem seja o sudeste asiático, mais precisamente na região compreendida entre a Índia e Mianmar (antiga Birmânia), em virtude da rica diversidade de formas cultivadas desse arroz ali encontrada (GRIST, 1978; PEREIRA, 2002). Segundo alguns historiadores, sua origem e domesticação deram-se provavelmente no sul da Índia, onde se encontram as condições de solos mais favoráveis para o seu cultivo. Escritos indianos de 1300 e 1000 a.C. descrevem certas práticas agronômicas, como o transplante, e exibem uma classificação agronômica e alimentícia do arroz.

Atualmente, é admitido que o arroz se propagou desde o sudeste asiático e a Índia, até a China, há cerca de 3 mil anos a.C. Estudos informam que os mais antigos resquícios de grãos de arroz foram identificados na China, encontrados no vale do Rio Yang-Tsé-Kiang, e datados do período compreendido entre 3395 e 2000 a.C. (CHANG, 1976b). Isso não significa, no entanto, que seu cultivo não era praticado antes dessa época (PEREIRA, 2002). Escavações realizadas em Pengtoushan, localidade situada cerca de 200 km a nordeste de Changsha, na China, revelaram restos de arroz com 8 mil anos (NATIONAL GEOGRAPHIC SOCIETY, 1994). Assim, considerando esses dados, é estimado que o cultivo de arroz na China antecedeu em pelo menos mil anos o da Índia (PEREIRA, 2002).

Da China, o arroz foi introduzido na Coreia e, posteriormente, no Japão. É igualmente provável que, do sul da China, o arroz tenha sido introduzido nas Filipinas, onde é cultivado há 2 mil anos. Paralelamente, através do sul da Índia, pela rota da Malásia, o arroz foi introduzido na Indonésia, onde documentos comprovam seu cultivo em 1.800 anos a.C. Também a partir da Índia, o arroz chegou ao Ceilão, onde foi cultivado inicialmente no sistema de sequeiro.

A introdução de O. sativa na Ásia Ocidental e no Mediterrâneo é mais recente e ocorreu durante o Império Persa. Através da Pérsia, o seu principal ponto de expansão a oeste da Índia, o arroz chegou ao Turquistão e depois à Mesopotâmia e à Arábia (SILVA, 1956). A continuação de sua implantação estendeu-se à Turquia e à Síria. A chegada desse cultivo na Grécia, Irã e Babilônia, segundo alguns historiadores, deu-se em consequência das invasões de Alexandre Magno, no ano 320 a.C.

A expansão do cultivo pelos árabes foi muito importante (TERRES et al., 1998), sendo levado para o delta do Rio Nilo, no Egito, para a costa oriental africana e, em seguida, para o Marrocos e para a Espanha, de onde se espalhou para vários países vizinhos. Segundo Lu e Chang (1980), o arroz somente chegou à Espanha e à Sicília por volta de 883 d.C. Sevilha tornou-se o centro a partir do qual se disseminaria o arroz para o sul da Espanha, para a Itália e para Portugal. Posteriormente, foi introduzido na América pelos espanhóis e, no Brasil, pelos portugueses, no início do século 16, onde se tornou um dos principais alimentos de consumo interno. Jennings (1961) relata que, em 1580, já se cultivava arroz no Vale do Rio Madalena, na Colômbia, e essa introdução teria sido realizada pelos espanhóis.

No Brasil, a presença do arroz remonta à época do descobrimento. Esse cereal constava no cardápio dos descobridores e também já era utilizado na alimentação das populações locais (PEREIRA, 2002). No entanto, estudos indicam que o arroz cultivado e consumido no Brasil, antes da chegada dos portugueses, não se tratava de O. sativa originário da Ásia, mas de espécies nativas da América do Sul (SILVA, 1950a). Essas espécies silvestres ainda podem ser encontradas no Pantanal Mato-Grossense e às margens dos igarapés, sobretudo na Amazônia (PEREIRA, 2002). O arroz era conhecido pelos índios tupis como auatiapé (auati = milho; apé = com casca), abatiapé (abati = milho; apé = com casca) e abatii (abati = milho; i = miúdo).

As maiores dúvidas persistem quanto ao ano preciso e à localidade em que o arroz cultivado, de origem asiática (O. sativa), foi primeiramente plantado no Brasil, sendo quase certo, entretanto, que tal introdução ocorreu na Bahia (SILVA, 1950b), pelos portugueses de Cabo Verde, em uma época anterior a 1587. Dessa região, o arroz se espalhou pelos estados do Maranhão, de Pernambuco e do Pará, onde foi cultivado durante muitos anos, sendo sua produção, na época, exportada para Portugal. No entanto, Pereira (2002) relata que é quase certo que a primeira introdução de arroz no Estado do Maranhão e do Grão-Pará (antigo nome do Estado do Pará) foi realizada por intermédio dos açorianos, sendo a variedade conhecida como arroz vermelho, arroz-da-terra ou arroz-de-veneza.

O arroz branco, também conhecido como arroz-da-carolina, foi introduzido no Brasil colonial como um produto que visava à exportação para Portugal. Esse arroz, proveniente do Estado da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, teve excelente adaptação às condições tanto de clima como de solo no Brasil (CARNEY; MARIN, 1999).

Com o tempo, os colonizadores portugueses levaram o arroz cultivado nas regiões Norte e Nordeste para outros estados brasileiros, onde encontraram adaptação e expansão. A cultura do arroz começou a surgir no cenário agrícola do Rio Grande do Sul, a partir de 1824, com a chegada dos colonos alemães a São Leopoldo, onde foi plantada a princípio como lavoura de sequeiro (BRANDÃO, 1972). No entanto, a produção orizícola, ao final do século 19, se restringia basicamente a algumas colônias alemãs, objetivando basicamente a subsistência. Mediante o uso de “rodas de caçamba” ou de bombas, surgiram as primeiras lavouras irrigadas no início do século 20. Às margens do Arroio Pelotas, em 1903, teriam início os primeiros cultivos com instalações de levante mecânico, para irrigação das lavouras (TERRES et al., 1998). O elevado senso de tecnicismo já apresentado pelos pioneiros da orizicultura gaúcha explicaria o porquê de o Estado do Rio Grande do Sul vir a se tornar, algumas décadas mais tarde, o maior produtor de arroz do Brasil (PEREIRA, 2002). Atualmente, o Rio Grande do Sul é responsável por cerca de 50% do arroz produzido no País (AZAMBUJA et al., 2004), em uma área de aproximadamente um milhão de hectares, com produtividade média de 6.500 kg ha-1.

Subespécies de Oryza sativa

Com o processo evolutivo e a domesticação a que foi submetido O. sativa, ao longo do tempo, foram surgindo inúmeros tipos geneticamente divergentes, os quais foram se adaptando às mais variadas condições agroecológicas no mundo. Assim sendo, com base na distribuição geográfica, na morfologia da planta e do grão, na esterilidade dos cruzamentos (híbridos) e em outras características, em 1928, essa espécie foi classificada em duas principais subespécies, grupos ou raças ecogeográficas, denominadas Índica (hsien) e Japônica (keng). Posteriormente, na década de 1950, a essa subdivisão seria acrescentada a subespécie Javânica (LU; CHANG, 1980), cujos grãos podem ser observadas na Figura 3 deste capítulo. Atualmente, as subdivisões incluem o grupo Aus e o Aromático rayada e ashina (GLASZMAN, 1987; GARRIS et al., 2005).

Grupo Índica: morfologicamente, este grupo se caracteriza, em geral, por possuir colmos longos, alta capacidade de perfilhamento, folhas longas e decumbentes e ciclo tardio (DALRYMPLE, 1986). No entanto, em virtude do grande esforço alocado nos programas de melhoramento genético nas mais distintas instituições de pesquisa, essas características encontram-se bastante modificadas. Este grupo é o mais amplamente utilizado no Sri Lanka, nas regiões Sudeste e Central da China, na Índia, em Java, no Paquistão, nas Filipinas, em Taiwan e nas regiões tropicais, de um modo geral (PEREIRA, 2002). A maioria das variedades de arroz irrigado cultivado no Brasil está incluída neste grupo e são resultados de seleções locais e de cruzamentos de genótipos com gene de nanismo introduzidos dos programas de melhoramento do Irri e do Ciat (PINHEIRO, 1998).

Grupo Japônica: inclui genótipos com colmos curtos e rígidos, mediana capacidade de perfilhamento, folhas estreitas de cor verde-escura e ciclo geralmente curto. Este grupo varietal é amplamente cultivado nas regiões temperadas (nordeste e leste da China, Japão e Coreia). Até a década de 1970, as variedades tradicionais de arroz de sequeiro no Brasil tinham como base genética este grupo (PINHEIRO, 1998).

Grupo Javânica ou Japônica Tropical: subespécie cujas plantas apresentam, em geral, folhas largas, rígidas e de cor verde-clara, baixa capacidade de perfilhamento, colmos longos, grãos largos e espessos, glumas pilosas e pequena sensibilidade ao fotoperíodo, parecendo se tratar do resultado de seleção do grupo Índica (CHANG, 1976b).

Grupo Aus: considerado um ecótipo da subespécie Índica, é caracterizado por tolerância à seca e pela maturação precoce, sendo cultivado em Bangladesh durante o verão de março a junho (GARRIS et al., 2005).

Grupos Rayada e Ashina: são tipos flutuantes de Bangladesh e da Índia, respectivamente (GARRIS et al., 2005).

Grupo Aromático: neste grupo estão inclusos os tipos Basmati do Paquistão, do Nepal e da Índia e Sadri do Irã. Possuem aroma que se assemelha ao da pipoca, e são mais valorizados por essa sua qualidade (GARRIS et al., 2005).

Oryza glaberrima

O arroz africano teve origem na África Ocidental (CARNEY; MARIN, 2004), onde se encontra praticamente restrita sua área de exploração e consumo, mais precisamente no delta central do Níger. Segundo alguns historiadores, há evidências de que o cultivo deste arroz tenha começado cerca de 1.500 anos a.C. Posteriormente, com a introdução do arroz asiático pelos portugueses e holandeses, na costa da África Ocidental, ocorreu a substituição do cultivo do arroz africano pelo asiático, por causa da sua melhor adaptação e por apresentar cariópse branca, uma vez que, de uma maneira geral, O. glaberrima possui cariópse com coloração vermelha. Essa característica de natureza genética é controlada pelo gene Rd, localizado no cromossomo 1 do genoma do arroz (RANGEL, 1998).

É presumido que estas duas espécies de arroz cultivado, o asiático e o africano, devam ter um ancestral comum, mas não há, até o momento, um consenso quanto à conexão evolutiva entre eles. Tem sido proposto, como provável progenitor comum, o arroz O. perennis ou O. rufipogon. Porém, qualquer que seja seu ancestral comum, parece claro que as duas formas de domesticação ocorreram de modo paralelo e independente (PEREIRA, 2002).

A espécie O. glaberrima foi domesticada e cultivada por milênios em muitas regiões da África Ocidental. Os escravos africanos trazidos dessas regiões, que conheciam as técnicas inerentes a seu cultivo, tiveram um papel crucial em sua propagação nos diversificados ambientes do Novo Mundo e em sua adaptação como produto básico no regime alimentício americano. A existência desse arroz africano foi ignorada por mais de 400 anos. Somente na segunda metade do século 20, os cientistas aceitaram as provas de que O. glaberrima fosse uma espécie diferente daquela domesticada na Ásia (CARNEY; MARIN, 2004). Os negros vindos da África Ocidental já detinham o conhecimento associado ao cultivo do arroz e se alimentavam desse grão em suas áreas de origem. Assim, sua introdução nas Américas, como um cultivo de subsistência, ocorreu por motivos culturais. A memória da importância cultural do arroz permanece hoje nas lendas dos quilombolas do Suriname, da Guiana Francesa e, em especial, do Brasil. Nessas lendas, a mulher africana traz os grãos entre os cabelos, e os negros são os responsáveis pela introdução do cultivo.

Pouco depois, o cultivo do arroz vermelho tornou-se uma preocupação oficial para os governantes portugueses. Em decreto de 1772, Portugal instituiu a pena de um ano de prisão e multa para os brancos que plantassem esse arroz, e de dois anos para negros e índios. As razões para essa medida legal não estão esclarecidas, mas admitindo que essa variedade vermelha fosse O. glaberrima, supõe-se que foi proibida porque seus grãos quebram-se mais facilmente na debulha. Assim, a mistura desse arroz com o do tipo branco (O. sativa) resultaria em maior percentual de grãos quebrados, reduzindo os preços do cereal nos mercados europeus (CARNEY; MARIN, 2004).

Pereira (2002) também faz alusão ao cultivo de arroz vermelho no Maranhão, a uma variedade denominada arroz-da-terra, arroz-de-veneza, Mineiro ou Venez, cujo cultivo foi praticamente extinto em virtude da substituição pelo arroz branco, porém ressalta-se que se trata de variedade pertencente à espécie O. sativa.

Arroz silvestre nativo do Brasil

Os trabalhos de coleta e identificação realizados nos últimos anos (Figura 4) confirmam que o arroz silvestre nativo do Brasil pertence, na realidade, a diversas espécies, entre as quais encontram-se O. glumaepatula, O. grandiglumis, O. latifolia e O. alta (RANGEL, 1998; POTT; POTT, 2000).

Figura 4

Figura 4. Arroz silvestre nativo encontrado no Brasil, pertencente às espécies O. glumaepatula, O. grandiglumis, O. latifolia e O. alta.

Fotos: Ariano de Magalhães Júnior

O. glumaepatula tem uma ampla distribuição e é raramente encontrado em locais fora da água. Cresce às margens dos rios e lagos e sua presença está relacionada com a incidência direta de luz. Vulgarmente essa espécie é conhecida como arroz flutuante (RANGEL, 1998). Em resposta à elevação do nível da água dos rios, ocorre um rápido alongamento dos seus entrenós, fazendo que as plantas atinjam uma altura de até 7 m. Ao se quebrarem, formam grandes populações flutuantes. O. grandiglumis é encontrado no oeste da Amazônia, nas bacias hidrográficas dos rios Solimões, Negro, Japurá, Purus e Madeira. Sua presença está relacionada, principalmente, a locais sombreados nas proximidades ou dentro dos sub-bosques da floresta. Seu crescimento inicia-se por meio das brotações de órgãos vegetativos, como colmos. Em seguida, ocorre o alongamento dos entrenós, à semelhança de O. glumaepatula, com a diferença de que a planta permanece presa no solo até o final do ciclo (RANGEL, 1998). O. latifolia está restrita à bacia do Rio Paraguai, no Pantanal Mato-Grossense, enquanto O. alta tem uma ampla distribuição no Brasil, podendo ser encontrada na Bacia Amazônica, na Região Nordeste (Maranhão) e na Região Sudeste (Floresta Tropical Atlântica). Recentemente, em coleta realizada no Município de Campo Maior (Piauí), o botânico S. A. Renvoize (Royal Botanic Garden, Kew), especialista em Poaceae, identificou a espécie coletada como O. ruffipogon (PEREIRA, 2002).

Genomas descritos

Estudos genéticos, citogenéticos e moleculares relatavam, até algum tempo atrás, a existência de cinco genomas distintos no gênero Oryza, denominados, em nível diploide, de AA, BB, CC, EE e FF, além de dois genomas anfidiploides, denominados BBCC e CCDD (FERREIRA, 1997). Sabe-se que o estudo de genética de populações, assim como sua evolução e filogenia, é bastante complexo e tende a ser alterado em função de novas técnicas de análises, bem como de coletas de genótipos silvestres ainda não explorados. Além disso, o estudo e a utilização dos genótipos dependem de sua correta classificação e caracterização. Atualmente, Vaughan et al. (2003) relatam a existência do diploide GG e do genoma anfidiploide HHJJ.

No genoma AA das espécies Oryza, parece que a seleção natural e a seleção artificial realizada pelo homem tiveram diferentes consequências genéticas. O arroz asiático cultivado (Oryza sativa) evoluiu da espécie silvestre O. rufipogon, genoma silvestre AA de arroz que inclui ecótipos perenes e anuais. Em virtude do processo de seleção, atualmente, O. sativa sofreu as maiores mudanças evolutivas, denominadas de síndrome da domesticação. Esse grupo difere das demais espécies com genoma AA, pelos caracteres de ligação multifatorial comum entre os cereais domesticados (VAUGHAN et al., 2003). O arroz daninho, vulgarmente denominado de arroz vermelho ou preto, também está classificado como O. sativa, e seu controle tem constituído um grande problema mundial, principalmente sob sistema de semeadura (convencional, direta e cultivo mínimo). Essa planta daninha possui genoma AA e apresenta fácil debulha, deixando um banco de sementes no solo e, consequentemente, infestando o plantio de arroz cultivado subsequente. Watanabe et al. (2000) sugerem que esse arroz daninho surgiu pela degeneração do arroz domesticado.

Estudos recentes em espécies do genoma AA confirmaram a proximidade de O. nivara, O. rufipogon e O. sativa. O acesso australiano de O. meridionalis é o material mais distante entre as espécies que compõem o complexo O. sativa (BUSO, 2005).

Pouco se conhece a respeito do arroz nativo do Brasil, bem como das espécies silvestres de arroz da América Tropical. Os genomas observados nas espécies nativas da América Tropical têm sido o genoma diploide AA e o genoma anfidiploide CCDD. Com base nessa classificação, observa-se que o genoma D não foi encontrado na condição diploide em nenhum lugar do mundo. Existe a possibilidade, segundo alguns cientistas, de que a condição diploide se encontre extinta ou talvez não tenha sido reconhecido, ou ainda não tenha sido coletada. Postula-se, também, que o genoma D pode ocorrer na condição anfidiploide, juntamente com o genoma C, mas apenas em espécies silvestres de arroz da América Tropical, como é o caso de O. latifolia, O. alta e O. grandiglumis. O genoma C ocorre na África e na Ásia na condição diploide, porém nunca foi encontrado como tal na América Tropical. Considerando esses fatos, parece lógico supor que os genomas CC e DD possam ocorrer na América Tropical, o que poderia explicar a própria origem do genoma anfidiploide CCDD (FERREIRA, 1997).

Dentro desse contexto, fica evidente a dificuldade de se estabelecer, sem controvérsias e com precisão, um agrupamento de espécies do gênero Oryza, uma vez que muitas foram caracterizadas por descritores morfológicos, os quais podem variar em função do ambiente. Por meio da biotecnologia e do uso de análises de DNA (citometria de fluxo e marcadores moleculares), será possível estabelecer novas classificações do gênero (MAGALHÃES JUNIOR et al., 2004). Em outras palavras, o próprio avanço do conhecimento de genes, indivíduos, espécies e comunidades é que levará a um maior conhecimento da diversidade do arroz.

Referências

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