Goiabeira-serrana

Foto: Rosa Lía Barbieri

Goiabeira-serrana

Rubens Onofre Nodari

Karine Louise dos Santos

Jean Pierre Ducroquet

Miguel Pedro Guerra

Exemplo de riqueza da diversidade brasileira, a Região Sul do Brasil apresenta várias espécies frutíferas nativas com potencial de uso, como a pitangueira (Eugenia uniflora Linn.), o araçazeiro (Psidium cattleyanum Sabine), o sete-capoteiro (Campomanesia guazumifolia (Camb.) Berg), a guabirobeira (Campomanesia xanthocarpa Berg), a cerejeira (Eugenia involucrata DC.) e, especialmente, a goiabeira-serrana (Acca sellowiana (Berg) Burret) (REITZ et al., 1978).

Contudo, na maioria dos casos há poucos estudos sobre a origem, a evolução e o uso dessas espécies em seu centro de origem e de diversidade, embora elas apresentem grande potencial quando comparadas às espécies frutícolas comumente cultivadas. Nesse sentido, este trabalho descreve os principais aspectos relacionados à domesticação da goiabeira-serrana, espécie frutífera nativa dos planaltos meridionais do Brasil e nordeste do Uruguai, a qual está sendo alvo de coleta, de caracterização, de melhoramento, de propagação, de uso e de conservação genética.

Taxonomia

Coletada em 1819 pelo botânico Friedrich Sellow, de onde deriva o epíteto específico sellowiana, a goiabeira-serrana foi inicialmente descrita por Berg, em 1856, como Orthostemon sellowianus e, em 1859, como gênero Feijoa, em homenagem a João Silva Feijó, botânico brasileiro do século 19. Nesse gênero, foram incluídas as espécies F. sellowiana, coletada no Rio Grande do Sul e no Uruguai, e F. obovatai, coletada no Município de São Francisco de Paula, na serra nordeste do Rio Grande do Sul. Em 1893, ainda foi identificada uma terceira espécie, F. schenckiana, coletada em Santa Catarina (MATTOS, 1969). Posteriormente, as três espécies foram reunidas em apenas uma, a Feijoa sellowiana (Berg) (MATTOS, 1969, 1986).

Em 1941, o botânico alemão Max Burret incorporou as espécies do gênero Feijoa ao gênero Acca O. Berg, mais antigo, em razão da grande similaridade nas estruturas florais e nas sementes das espécies peruanas pertencentes a este último gênero, que são A. lanuginosa (Ruiz & Pav. ex G. Don) McVaughan e A. macrostema (Ruiz & Pav. ex G. Don) McVaughan (MATTOS, 1986; CACIOPPO, 1988; THORP; BIELESKI, 2002).

Descrição botânica

A. sellowiana pertence à ordem Myrtales, família Myrtaceae, subfamília Myrtoideae, tribo Myrteae (CRONQUIST, 1981). A família Myrtaceae é constituída por mais de 3.600 espécies, distribuídas nas subfamílias Leptospermoideae e Mirtoideae, das quais a primeira é amplamente distribuída na Austrália, e, a segunda, na América e na Ásia tropical (CRONQUIST, 1981). A planta é conhecida popularmente pelos nomes de goiabeira-serrana, goiabeira-do-mato, goiabeira-da-serra ou feijoa. Segundo Ducroquet (1993), o povo indígena Kaingang a chama de “kanê kriyne”. Como não há tradução para o português, o termo quirina poderia ser eventualmente utilizado.

A planta adulta exibe altura de 4 m a 8 m, com ramos cilíndricos, acinzentados, glabros e folhas opostas e pecioladas. As flores possuem quatro pétalas carnosas e comestíveis, as quais se apresentam brancas externamente e púrpuras internamente. Os numerosos estames também se apresentam na cor púrpura (MATTOS, 1986; THORP; BIELESKI, 2002).

Os frutos podem atingir até 250 g, com epiderme variando do verde-escuro ao verde-amarelado, e polpa predominantemente de cor gelo. A maturação e a colheita ocorrem no período de março a maio, quando os frutos se desprendem das plantas (DUCROQUET et al., 2000). O fruto é apreciado nas serras e nos planaltos da Região Sul do Brasil, bem como no nordeste do Uruguai, onde a espécie é de ocorrência natural, estando perfeitamente adaptada às condições edafoclimáticas prevalentes.

Vários estudos realizados comprovaram propriedades farmacológicas em A. sellowiana, demonstrando que o fruto apresenta atividade bactericida e antioxidante. A presença de flavonoides nos frutos parece ativar o sistema imunológico humano, em resposta a processos inflamatórios, e alguns estudos também relacionam seu consumo a efeitos antialérgicos (BASILE et al., 1997; VUOTTO et al., 2000; IELPO et al., 2000) ou à ação anticancerígena (BONTEMPO et al., 2007). Ainda de acordo com o conhecimento popular, a infusão das folhas é empregada em casos de distúrbios gastrointestinais (BASILE et al., 1997; THORP; BIELESKI, 2002).

Caracterização genética

As populações naturais apresentam grande variabilidade para a maioria das características morfológicas, em parte, decorrente da alogamia e, em parte, pelo fato de as populações estudadas terem sido coletadas num centro de diversidade, o Sul do Brasil, possivelmente centro de origem da espécie.

A variabilidade fenotípica é expressa principalmente com relação à distribuição dos estames e à distância entre estigma e estame nas flores; ao tamanho, à forma e ao sabor do fruto; espessura e superfície da casca (DEGENHARDT et al., 2001); forma e coloração das folhas; inserção das pétalas; arquitetura da planta, entre outros (DUCROQUET et al., 2000).

A variabilidade da espécie foi inicialmente agrupada em dois tipos morfológicos, que apresentam características distintas principalmente com relação às plantas (THORP, 1988; FRANÇA, 1991). O grupo típico ou tipo Brasil apresenta plantas com folhas de face abaxial verde-clara, pilosidade esbranquiçada curta e rala, e frutos com sementes grandes (de 0,45 g a 0,60 g para 100 sementes). O tipo Uruguai apresenta plantas com folhas de face abaxial branco-acinzentada, com densa pilosidade branca tipo feltro e sementes pequenas (de 0,20 g para 100 sementes) (DUCROQUET et al., 2000; THORP; BIELESKI, 2002).

Uma segunda distinção entre os tipos pode ser feita de acordo com a origem geográfica do germoplasma. Segundo Ducroquet et al. (2000), os acessos do tipo Brasil são encontrados nos bosques e nos capões de encosta, que caracterizam as áreas de campos de altitude do Brasil meridional, mais especificamente nas regiões serranas do nordeste do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e nas regiões mais altas de Palmas e Guarapuava, no Paraná. Nesses locais, podem ocorrer geadas e temperaturas de até -10 °C e temperatura média anual inferior ou próxima de 16 °C. O relevo favorece a formação de bosques e matas ralas de araucária, independentemente do tipo de solo. As plantas do tipo Uruguai, procedentes principalmente do norte do Uruguai, aparecem também nos bosques das serras do sudoeste do Rio Grande do Sul e nas áreas de maior altitude do Uruguai, com temperatura média anual também por volta de 16 °C (NODARI et al., 1997; DUCROQUET et al., 2000).

A variabilidade genética da espécie foi avaliada, no Brasil, nos acessos do Banco Ativo de Germoplasma (BAG) da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri) ou em outras coleções e populações não manejadas, pela utilização de isoenzimas, marcadores RAPD (Random Amplified Polimorphic DNA) e marcadores microssatélites. A utilização de isoenzimas para a caracterização dos acessos do BAG de São Joaquim revelou uma alta variabilidade genética entre eles, com 82% de locos polimórficos (NODARI et al., 1997).

Os marcadores moleculares do tipo RAPD foram empregados em Santa Catarina, revelando alta variabilidade genética (WELTER et al., 1999). Na Itália, marcadores RAPD também foram utilizados para discriminar 25 acessos e cultivares de goiabeira-serrana introduzidos naquele país, onde se suspeita que a grande similaridade entre eles seja devida à introdução de poucos indivíduos (DETTORI; PALOMBI, 2000), o que corrobora com a constatação de Ducroquet et al. (2000), sobre a estreita base genética em cultivo.

A partir da transferibilidade de marcadores microssatélites do gênero Eucalyptus (SANTOS et al., 2007), foi possível aprimorar estimativas de variabilidade genética da goiabeira-serrana, destacando uma tendência de menor variabilidade para o tipo Uruguai, comparativamente ao tipo Brasil (SANTOS et al., 2002). Posteriormente, o desenvolvimento de microssatélites específicos permitiu a ampliação da caracterização genética também para populações manejadas por agricultores, com o objetivo de avançar no conhecimento sobre o processo de domesticação e conservação on farm da espécie.

Histórico da disseminação antrópica

A espécie A. sellowiana é conhecida no seu centro de origem, principalmente, pela população de origem rural. Para o resto da população brasileira, ainda é considerada como fruta exótica. Entretanto, a goiabeira-serrana percorreu o mundo e atualmente é cultivada em vários países.

Das áreas de ocorrência natural, em 1890, a espécie foi levada, inicialmente, para a França, a partir do Uruguai, por Eduard André, de onde foi introduzida na Califórnia, em 1901. De lá foi levada para a Nova Zelândia, onde teria chegado em 1908. Em 1903, foi levada para a Flórida, onde se tornou popular como planta ornamental (MORTON, 1987). Em 1900, foi introduzida na Crimeia, de onde se espalhou pelas regiões caucasianas que margeiam o Mar Negro e o Mar Cáspio, tendo chegado ao Azerbaijão e à Geórgia, onde iniciou expansão comercial significativa. Todavia, o germoplasma disponível nesses países apresenta base genética restrita, uma vez que resulta, em sua maioria, da introdução inicial feita pela França, a partir de poucas plantas (SHARPE et al., 1993).

Atualmente a goiabeira-serrana é cultivada comercialmente na Nova Zelândia, na Califórnia (Estados Unidos), nas repúblicas caucasianas da Geórgia e do Azerbaijão, na Colômbia e em Israel (HEWETT, 1993; DUCROQUET et al., 2000). A Nova Zelândia e a Colômbia são os principais produtores. Nos últimos anos, a Colômbia vem ampliando a área de cultivo, em face do aumento do consumo e da exportação do fruto, até mesmo para o Brasil. Por sua vez, na Nova Zelândia, que ainda é a principal produtora da fruta, existem 235 produtores, que cultivam 217 ha, com produção média de 950 toneladas por safra (THORP; BIELESKI, 2002).

No Brasil, existem apenas alguns pequenos pomares em Santa Catarina, no Rio Grande do Sul, na Serra da Mantiqueira e entre os estados de São Paulo e de Minas Gerais; porém, com cultivo pouco expressivo (DEGENHARDT, 2001). Com o auxílio dos agricultores, foi possível a coleta de exemplares em Santa Catarina, a partir dos quais foi instalado o primeiro Banco Ativo de Germoplasma da espécie, estabelecido inicialmente na Estação Experimental de Videira, Santa Catarina (DUCROQUET, 1993; DUCROQUET e HICKEL, 1996).

Distribuição geográfica e adaptabilidade

A região serrana catarinense, o nordeste do Rio Grande do Sul e o nordeste do Uruguai são consideradas áreas de ocorrência natural da goiabeira-serrana. Fora dessas regiões, existem pequenos núcleos disseminados desde o sul do Paraná até o sul do Uruguai (DUCROQUET et al., 2000; THORP; BIELESKI, 2002). Embora alguns autores ainda atribuam sua origem também à Argentina e ao Paraguai, em virtude das descrições de Popenoe em 1912 (DAWES; PRINGLE, 1983; MORTON, 1987; SEIDEMANN, 1994), há falta de evidências no tocante à ocorrência espontânea da espécie nesses dois países (DUCROQUET et al., 2000).

No Brasil, a espécie é encontrada nos bosques e capões de encosta que caracterizam as áreas de campos de altitude do Brasil meridional, mais especificamente nas regiões serranas do nordeste e sudoeste do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina e nas regiões mais altas de Palmas e Guarapuava, no Paraná, raramente sendo encontrada em locais com altitudes inferiores a 800 m. Nesses locais, podem ocorrer geadas e temperaturas de até -10 °C e temperatura média anual abaixo ou próxima de 16 °C. O relevo favorece a formação de bosques e matas ralas de araucária, independentemente do tipo de solo. Já no Uruguai, a ocorrência natural pode ser observada nas áreas de maior altitude do nordeste, com temperatura média anual também por volta dos 16 °C (LEGRAND; KLEIN, 1977; DUCROQUET; RIBEIRO, 1991; NODARI et al., 1997; DUCROQUET et al., 2000).

Ecologia e adaptação da espécie

A mosca-das-frutas (Anastrepha fraterculus) e o gorgulho (Conotrachelus spp.) são considerados as pragas mais problemáticas para o cultivo da goiabeira-serrana (DUCROQUET et al., 2000).

Entre as doenças, destaca-se a antracnose, causada pelo fungo Colletotrichum gloeosporiodes, que provoca o tombamento de plântulas, a perda de mudas, o dessecamento de ramos e a morte das plantas adultas. Nos frutos, os sintomas são manchas escuras deprimidas, com a parte central de coloração rósea. A doença pode danificar até 100% de frutos jovens ou próximos da maturação (ANDRADE; DUCROQUET, 1994; DUCROQUET et al., 2000).

Nesse sentido, fatores abióticos e bióticos que circundam o ambiente natural da planta adquirem fundamental importância para o cultivo, assim como no processo coevolucionário, exigindo grande esforço dos programas de melhoramento genético no desenvolvimento de genótipos para cultivo comercial em larga escala.

O fato de a espécie possuir grande tolerância ao frio e apresentar floração tardia diminui o risco de perda da produção de frutos (DUCROQUET et al., 2000), indicando a melhor adaptação da espécie às condições climáticas do Planalto Meridional Brasileiro (SANTOS, 2005). A ocorrência de temperaturas altas, quando associadas a elevadas precipitações pluviométricas, aumenta a incidência de doenças, em especial a antracnose (DUCROQUET et al., 2000).

Importância socioeconômica

Na Região Sul do País, a goiabeira-serrana apresenta-se como alternativa para a produção comercial de frutos, como planta ornamental ou, ainda, é indicada para reflorestamento nas margens de rios e reservatórios de usinas hidroelétricas (REITZ et al., 1988).

Na Nova Zelândia, o comércio de frutos de goiabeira-serrana movimenta um montante de US$ 600 mil, dos quais US$ 150 mil são provenientes de sua exportação. O valor médio de comercialização dos frutos oscila em torno de US$ 4,00/kg e apresentava, em 2002, tendência de aumento no valor (THORP; BIELESKI, 2002).

No Brasil, estudos mercadológicos desenvolvidos em dois centros comerciais de Santa Catarina (Florianópolis e Blumenau) demonstram a existência de um mercado promissor (BARNI et al., 2004).

Além do consumo in natura, os frutos podem ser processados de várias maneiras, na produção de sucos, de geleias e de sorvetes, entre outras (SHARPE et al., 1993), além de na produção artesanal de bebidas. Na Nova Zelândia, já são vários os produtos derivados da goiabeira-serrana: geleia, sorvete, espumante, suco puro, sucos misturados com outras frutas, néctar, molho e alimentos processados (THORP; BIELESKI, 2002). Na região de São Joaquim, em Santa Catarina, há produção, ainda em escala artesanal, de doces, geleias, goiabadas, licores e sucos (MATTOS, 1986).

Associado a esse potencial, a adaptabilidade que a espécie apresenta à região meridional brasileira a torna uma excelente alternativa para a agricultura familiar da região.

Conservação in situ e ex situ

Em 1986, prevendo a exploração comercial da goiabeira-serrana, pesquisadores da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Santa Catarina (Empasc), hoje Epagri, iniciaram estudos visando ao resgate do germoplasma silvestre ou cultivado na Região Sul do Brasil. Os objetivos iniciais eram a conservação da variabilidade genética da espécie, com a finalidade de torná-la acessível para os futuros programas de melhoramento e para a seleção de clones aptos ao cultivo comercial, que, uma vez multiplicados vegetativamente, constituiriam as primeiras cultivares à disposição dos produtores (DUCROQUET; RIBEIRO, 1991).

Assim, o BAG da espécie foi implantado na Estação Experimental de Videira, SC (Epagri). A partir de 1990, no entanto, a antracnose passou a causar perdas expressivas ao BAG e ao programa de multiplicação de mudas, em virtude da morte das plantas. Em 1991, os primeiros acessos introduzidos começaram a apresentar, em praticamente todos os frutos, manchas de antracnose, sendo poucos os frutos que chegavam à maturação completa na planta (ANDRADE; DUCROQUET, 1992; DUCROQUET; BONIN, 1999). Por apresentar condições climáticas menos favoráveis ao estabelecimento da doença, o BAG foi transferido, em 1995, para a Estação Experimental da Epagri, em São Joaquim. Atualmente, possui mais de 200 acessos, a maioria procedente de Santa Catarina, além de 10 exemplares oriundos da Nova Zelândia e da Califórnia (Estados Unidos).

Além do BAG existente em São Joaquim, amostras representativas de várias populações estão sendo mantidas, em coleção ex situ, na Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Cenargen). Existem ainda coleções de germoplasma em outras partes do mundo, como Itália, Nova Zelândia, Colômbia e regiões costeiras da Ucrânia, da Geórgia e do Azerbaijão (DUCROQUET et al., 2000).

Em virtude da incidência de alelos raros, distribuídos em acessos oriundos de diferentes populações (SANTOS et al., 2002), existe a preocupação de se efetuar coletas com o intuito de conservar ex situ a maior quantidade possível da variação e evitar a perda desses alelos. Mas, considerando-se que existem muitas populações de ocorrência natural no Sul do Brasil, a conservação in situ ainda é a principal forma de conservação e o maior repositório de genes. Esses genes são quase totalmente desconhecidos e, por sua vez, sofrem a ameaça da erosão genética, principalmente a ocasionada pela remoção da vegetação nativa e pela utilização da área para atividades agropecuárias, entre elas a bovinocultura e o florestamento de Pinus sp.

Melhoramento genético

Ainda que o Brasil seja o provável centro de origem e diversidade, não foi aqui que se iniciou o melhoramento da espécie. Thorp e Bieleski (2002) relatam tentativas de cultivo ou de experimentos em vários países como França, Itália, Israel, Uruguai e Espanha. Outros países como Estados Unidos, Nova Zelândia, Colômbia e Rússia, e outras repúblicas do Mar Negro, desenvolveram cultivares a partir de germoplasma do tipo Uruguai e de estreita base genética, para cultivo comercial local. No início da década de 1950, três variedades principais já existiam na Califórnia: Coolidge, Choiceana e Superba (DAWES; PRINGLE, 1983).

Os programas de melhoramento para a espécie na Nova Zelândia também tiveram início na década de 1950, culminando com o lançamento, após 1979, das cultivares Apollo, Unique, Gemini, Opal Star, Pounamu e Kakapo (DAWES; PRINGLE, 1983; DUCROQUET et al., 2000). O fato de essas cultivares apresentarem base genética restrita, obtidas basicamente a partir de materiais do tipo Uruguai, abre espaço para combinações via seu cruzamento com germoplasma do tipo Brasil, mantido no centro de origem, visando à incorporação de novas características desejáveis nos programas de melhoramento (DAWES; PRINGLE, 1983; DUCROQUET; RIBEIRO, 1991).

Duas estratégias básicas de melhoramento estão sendo utilizadas no Brasil para o desenvolvimento de novas variedades. A primeira delas consiste no estabelecimento de genótipos previamente selecionados a campo e propagados vegetativamente a partir da avaliação do desempenho agronômico e do grau de adaptação em diferentes regiões de Santa Catarina. A segunda estratégia consiste na avaliação de populações F1, oriundas do cruzamento de genitores previamente selecionados e da seleção de plantas consideradas superiores pelos seus atributos agronômicos no âmbito de populações segregantes. Enquanto a primeira estratégia tem como finalidade obter tipos superiores em curto prazo, a segunda visa retorno em longo prazo. Com base nesse procedimento, três clones foram selecionados a fim de que fossem lançados como cultivares. Grandes progressos são esperados com a busca de novas combinações alélicas, os quais visam a maior uniformidade de frutos, maior rendimento em polpa e maior resistência a doenças, especialmente, a antracnose. As duas primeiras cultivares melhoradas, resultantes das duas estratégias, ‘Alcântara’ e ‘Helena’, respectivamente, foram lançadas no dia 3 de abril de 2007, decorrente da parceria entre a Epagri e a UFSC (Figura 1a e 1b).

Figura 1

Figura 1. Variedades Alcântara (A) e Helena (B), lançadas a partir de parceria entre a Epagri e a UFSC.

Fotos: Karine Louise dos Santos

Em 2006, foi iniciado um trabalho de avaliação do potencial de plantas mantidas e manejadas por agricultores e do conhecimento tradicional associado à espécie, no intuito de implementar um programa de melhoramento genético participativo e de conservação in situ on farm (Figura 2).

Figura 2

Figura 2. Foto de Vergínia Gourlardt, residente no Município de São Joaquim, com um de seus exemplares de goiabeira-serrana, selecionado e mantido por ela e sua família.

Foto: Jean Pierre Ducroquet

Domesticação da espécie

A domesticação é um processo de coevolução pelo qual a seleção artificial, tanto consciente quanto inconsciente, sobre as populações de plantas promovidas, manejadas ou cultivadas, resulta em mudanças nos genótipos das populações, tornando-as mais úteis para o homem e mais adaptadas à intervenção do homem na paisagem. Assim, alguns agricultores têm iniciado o processo de promoção por estarem mantendo, em quintais, plantas que julgam produzir frutos de melhor sabor e em grande quantidade, comparativamente às demais plantas. A domesticação é considerada, portanto, um processo multidimensional, no qual ocorre interação progressiva do homem com os recursos vegetais (WIERSUM, 1997). Para que haja domesticação de plantas, é necessário que a seleção e o manejo permitam reprodução e sobrevivência diferenciadas nas populações (CLEMENT, 1999).

Os processos de domesticação de espécies arbóreas (frutíferas ou não) e de espécies de cereais são apenas parcialmente análogos, uma vez que diferenças essenciais ocorrem quanto ao grau de modificação no ambiente biofísico durante o processo. Tanto pode envolver um processo de manipulação, no qual o ecossistema natural é transformado em um ecossistema altamente artificial criado e mantido pelo homem, quanto pode envolver um processo de transformação de ecossistema, no qual parte dos indivíduos silvestres é substituída por cultivares melhoradas ou por espécies de maior valor, e o ecossistema natural é apenas parcialmente modificado, como no caso das frutíferas (WIERSUM, 1997).

As primeiras frutíferas domesticadas foram tamareira, figueira, oliveira e videira (cerca de 4000 a.C.). A fácil propagação vegetativa teve importante papel ao tornar essas espécies as primeiras a serem domesticadas, já que nelas o homem não somente era capaz de propagar fenótipos idênticos aos dos pais (SPIEGEL-ROY, 1986), como também de dispor rapidamente de novos tipos, como a seleção de recombinantes ou a identificação e a seleção de mutantes pelos próprios agricultores.

Clement (1999) dividiu o processo de domesticação de espécies cultivadas em etapas, de acordo com o grau de diferenciação em relação aos ancestrais selvagens e de acordo com a intervenção do homem sofrida pela espécie. Essas etapas podem ser descritas como: a) selvagem; b) incidentalmente coevoluída; c) incipientemente domesticada; d) semidomesticada; e) domesticada (Tabela 1).

Tabela 1. Características das populações em cada etapa do processo de domesticação.

Tabela 1

Fonte: Adaptado de Clement (1999).

Com base na classificação proposta por Clement (1999), a espécie A. sellowiana pode ser classificada como incipientemente domesticada, todavia o atual estado de domesticação da goiabeira-serrana é diferente para diferentes populações. As populações com ocorrência natural no Brasil estão em estado silvestre e, portanto, não são domesticadas. Contudo, as plantas mantidas nos quintais, situação comum no Sul do Brasil, já se encontram promovidas e, portanto, sob domesticação. É importante ressaltar que a espécie já era utilizada pelos grupos indígenas de forma extrativista. Nesse sentido, para avançar na compreensão dos efeitos da domesticação nessa espécie, a caracterização genética e morfológica está sendo ampliada para populações manejadas pelas comunidades locais, visando identificar possíveis diferenciações alélicas decorrentes do processo de seleção e manejo feitas pelos próprios agricultores.

Avanços significativos foram obtidos nos últimos anos com a aplicação de técnicas de cultura de tecidos vegetais, aplicadas ao melhoramento e à conservação dessa espécie junto ao Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal do Centro de Ciências Agrárias/UFSC. Protocolos de micropropagação baseados na organogênese (OLTRAMARI et al., 2000) e na embriogênese, tanto a partir de embriões zigóticos (DAL VESCO; GUERRA, 2001) quanto de tecidos somáticos (STEFANELLO et al., 2005), foram desenvolvidos visando à captura e fixação de ganhos genéticos em propagação clonal e à conservação de genótipos de interesse.

Além disso, as novas progênies recombinantes e os clones selecionados nos programas de melhoramento já representam um segundo passo, além da promoção na direção da domesticação das populações brasileiras. Contudo, os tipos cultivados em outros países são resultantes de um trabalho de melhoramento genético, que envolve, às vezes, hibridização e, sobretudo, seleção. Essas seleções que incluem clones pertencem a um estádio mais avançado de domesticação, quando comparadas às populações de goiabeira-serrana encontradas naturalmente no Brasil. Além disso, é difícil inferir com precisão qual é o grau de domesticação de populações nativas do Brasil ou, ainda, quais são aquelas que, mantidas pelos agricultores, decorrem de ações antrópicas. Sabe-se, entretanto, que os materiais encontrados em quintais ou mantidos nas propriedades agrícolas têm sofrido incipiente processo de seleção. Porém, são necessários estudos adicionais que confirmem a influência humana na dispersão e na domesticação da espécie.

Conclusões, perspectivas e desafios

Os trabalhos que vêm sendo desenvolvidos visando à domesticação de populações da espécie apresentam avanços significativos no conhecimento da variabilidade genética em populações naturais e nos acessos do BAG. Os resultados obtidos demonstraram haver uma grande variabilidade genética, dispersa na área de ocorrência natural da espécie.

Em razão das potencialidades da espécie, é imperativa a continuidade do processo de domesticação, bem como o desenvolvimento de variedades que possam ser competitivas na produção comercial de frutos. Trata-se de uma alternativa na produção para a Região Sul do País, em particular para os agricultores familiares, alguns já envolvidos no processo de domesticação da espécie. Assim, considerando este último aspecto, as pesquisas feitas de forma participativa com pequenos agricultores podem despertar o interesse pelo cultivo comercial, estimular a implementação de um programa de melhoramento genético participativo, bem como promover estratégias de conservação on farm. Tais tipos de pesquisa podem identificar as percepções e os interesses dos agricultores com relação à espécie, bem como os critérios de seleção e de manejo adotados por eles. Cabe destacar que o manejo adaptativo necessita levar em consideração o uso sustentável e a conservação dos recursos genéticos na propriedade, preservando, assim, o processo coevolutivo da goiabeira-serrana e a diversidade cultural da espécie humana.

Reflexo disso é o fato de que combinações alélicas oriundas de cruzamentos dirigidos, de genótipos encontrados nas diversas expedições de coletas e, em especial, de seleções promovidas por agricultores estão sob avaliação e apresentam grande potencial para o desenvolvimento de variedades comerciais.

Nesse contexto, o estabelecimento de pomares comerciais adaptados à estrutura de agricultura familiar, além da manutenção das plantas silvestres nas áreas de ocorrência natural dessa espécie, resultará no fortalecimento do processo de conservação on farm da goiabeira-serrana. Esse aspecto é particularmente relevante, considerando a contínua e preocupante fragmentação do ecossistema natural no qual essa espécie se insere. Além disso, são relevantes também os recentes esforços do Ministério Público visando ao cumprimento do Código Florestal Brasileiro e à preservação das matas de pinheiro que constituem parte importante desse ecossistema.

Referências

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