Foto: Marilda Pereira Porto
Elisabeth Regina Tempel Stumpf
Desde a Antiguidade, as rosas são utilizadas com os mais diversos fins: como ornamento, na culinária, como planta medicinal e aromática, ou como símbolo heráldico, político e religioso (ÁLVAREZ, 2005). Na horticultura ornamental, o gênero Rosa L. é um dos mais importantes, seja em termos econômicos, seja por seu envolvimento com a cultura e a história da humanidade (RITZ et al., 2005).
Rosaceae, uma das maiores famílias de dicotiledôneas, possui cerca de 100 gêneros e perto de 3 mil espécies de ampla dispersão no Hemisfério Norte (JOLY, 1998). Compreende 4 subfamílias (Rosoideae, Prunoideae, Spiraeoideae e Maloideae) e de 8 a 18 tribos. É considerada de difícil definição em virtude da grande diversidade morfológica que exibe; no entanto, análises da sequência de DNA demonstraram que a família é monofilética (DICKINSON et al., 2002), com todas as espécies derivando de um ancestral comum.
Representantes de Rosaceae são utilizados pela qualidade de sua madeira, pela possibilidade de extrair tanino de seus ramos e raízes, pelo uso das folhas jovens em chás ou para fins medicinais (CUIZHI et al., 2003). A maior importância econômica da família, no entanto, é para a fruticultura, representada pelos gêneros Malus, Pyrus, Prunus, Fragaria e Rubus, e para a floricultura, pelos gêneros Rosa, Crataegus, Spiraea e Prunus (REITZ, 1996; JOLY, 1998).
A taxonomia tradicional divide o gênero Rosa L. em quatro subgêneros: Hulthemia, Platyrhodon e Hesperhodos, com uma a três espécies cada (MEYNET, 2001; MA et al., 1997), e Rosa (sin. subgen. Eurosa), com os demais 95% das espécies (RITZ et al., 2005).
O subgênero Hulthemia é representado apenas pela espécie diploide Rosa persica Michx. ex Juss syn. Hulthemia persica (Michx.) Bornm., R. berberifolia Pall. (HOOG, 2001; MEYNET, 2001; TARBOURIECH, 2001), distribuída em uma grande área subdesértica da Ásia Central. Considerada uma forma primitiva de roseira, tem como principal característica o fato de possuir folhas simples e sem estípulas (MEYNET, 2001) e flores também simples, de coloração amarela (HINZ; SCHULZ, 2002).
O subgênero Plathyrhodon abriga somente a espécie Rosa roxburghii Tratt, igualmente diploide (HOOG, 2001; MEYNET, 2001; TARBOURIECH, 2001), que ocorre desde o sul do Laos até a Ilha de Hokkaido, no Japão (MEYNET, 2001). Possui grandes flores branco-rosadas e frutos cobertos por espinhos (TARBOURIECH, 2001).
O subgênero Hesperhodos tem como principal representante a espécie Rosa stellata Woot., natural da costa do Pacífico Sul, nos Estados Unidos (MEYNET, 2001). Possui folhas com três folíolos recortados e frutos pilosos (TARBOURIECH, 2001).
O subgênero Rosa, por sua vez, é dividido em 10 seções – Figura 1 – (MEYNET, 2001, TARBOURIECH, 2001; WISSERMANN; RITZ, 2005). O número exato de espécies de Rosa é motivo de controvérsia desde a época de Linnaeus (STARR; BRUNEAU, 2002). Alguns autores consideram que existem 120 (HOOG, 2001; MEYNET, 2001; CHANNELIÈRE et al., 2002), 126 (TARBOURIECH, 2001) ou 150 espécies (STARR; BRUNEAU, 2002), enquanto outros falam em até 200 (FONTANA, 1997; MA et al., 1997; CUIZHI; ROBERTSON, 2003). As seções Caninae e Cinnamomeae são as maiores, com cerca de 50 e 80 espécies, respectivamente (UGGLA, 2004). De qualquer modo, cerca de 8 espécies de rosas-silvestres (Figura 1, entre parênteses) deram origem às variedades modernas (HOOG, 2001).
Figura 1. Posição taxonômica do gênero Rosa, e principais espécies envolvidas no desenvolvimento das variedades modernas.
Fonte: Hoog (2001).
As roseiras são arbustos lenhosos (HOOG, 2001) que se desenvolvem melhor em temperaturas que variam de 17 °C a 25 °C, e perdem suas folhas quando submetidos a temperaturas inferiores a 12 °C (SALINGER, 1985). As plantas podem ser eretas, reptantes ou trepadeiras (Barbosa, 2003) e, geralmente, apresentam acúleos (ÁLVAREZ, 2005). As folhas, estipuladas e dispostas de forma alternada, são compostas de três a cinco folíolos com bordos serrilhados, terminando em apenas um folíolo – imparipenadas – (HINZ; SHULZ, 2002; MEYER, 1974; ÁLVAREZ, 2005).
São plantas neutras, que não respondem ao estímulo fotoperiódico para diferenciação das gemas vegetativas em reprodutivas, ainda que a redução da temperatura, da intensidade luminosa e do comprimento do dia provoque queda na produção e na qualidade das flores (SANTOS et al. 2001). Por essa razão, a maior parte das espécies floresce no verão e na primavera (HOOG, 2001).
As flores hermafroditas possuem numerosos estames e podem aparecer isoladas ou agrupadas em inflorescências (corimbos) terminais (HINZ; SCHULZ, 2002; CUIZHI; ROBERTSON, 2003; ÁLVAREZ, 2005). Na maior parte das espécies, as flores períginas possuem cinco sépalas e cinco pétalas (HINZ; SCHULZ, 2002; HOOG, 2001), com vários estames inseridos nas bordas do hipanto, de cuja cavidade surgem os vários pistilos (MEYER, 1974). As variedades modernas, no entanto, foram desenvolvidas com maior número de pétalas (HOOG, 2001). Assim sendo, de acordo com o número de pétalas são classificadas como simples (de 5 a 7 pétalas), semidobradas (de 6 ou 8 a 14 ou 16 pétalas), dobradas (de 15 ou 17 a 20 ou 25 pétalas) ou intensamente dobradas, com mais de 20 ou 25 pétalas (LORD, 1999; DARDICK, 2003).
Os frutos, comumente denominados “hips” (CUIZHI; ROBERTSON, 2003), aparecem no outono (LORD, 1999) e têm cores brilhantes que variam da laranja à vermelha até a cor púrpura, e são atrativos para os pássaros (MEYER, 1974). Por seu colorido, são também utilizados em composições florais.
As rosas são propagadas principalmente por enxertia e por estaquia, a fim de que as características desejadas sejam garantidas. A estaquia é muito utilizada para espécies destinadas à produção de frutos (UGGLA, 2004) e flores, enquanto a propagação sexuada se restringe à obtenção das variedades que servem como porta-enxerto (DRATHEN, 1997; HOOG, 2001). Os porta-enxertos são selecionados principalmente pela rusticidade, pela resistência e pelo vigor, de forma que influam sobre a produção e a qualidade das flores (ÁLVAREZ, 2005). Entre as espécies mais utilizadas para esse fim estão Rosa canina L. ‘Inermis’, uma das mais utilizadas; R. multiflora Thunb., bastante vigorosa e de rápido crescimento; R. indica L. ‘Mayor’ e R. chinensis ‘Jacq. Manetti’, ambas com boa influência sobre a qualidade da flor (DRATHEN, 1997; HOOG, 2001; ÁLVAREZ, 2005). De custo elevado, a técnica de propagação por cultura de tecidos é utilizada para a obtenção de plantas livres de doenças (ÁLVAREZ, 2005), mais uniformes e vigorosas (HOOG, 2001).
O gênero Rosa distribui-se naturalmente nas zonas temperadas e subtropicais do Hemisfério Norte (HOOG, 2001), na América do Norte, na Europa e na Ásia (RITZ et al., 2005), esta última considerada o centro primário de diversidade (BROERTJES; HARTEN, 1988). Mais de 65 espécies são endêmicas da China (CUIZHI; ROBERTSON, 2003). A rosa é encontrada na região polar, da Sibéria ao Alasca; no norte e no centro da Ásia, incluindo-se a China, a Coreia e o Japão; estendendo-se ao sul, até a Índia, o Cáucaso, a Arábia, a Etiópia e o norte da África. Ocorre, ainda, em parte da Islândia e na América do Norte até o México. As rosas-silvestres crescem em locais que variam do pantanoso ao desértico (DICKERSON, 2001). Nenhuma rosa-silvestre foi encontrada no Hemisfério Sul (HARKNESS, 2003), todas as espécies existentes ao sul do Equador foram naturalizadas depois de introduzidas pelo homem (TARBOURIECH, 2001).
Definir com exatidão a idade das rosas é um desafio. Fósseis com idade estimada entre 3 milhões e mais de 20 milhões de anos foram encontrados na Bulgária, na antiga Tchecoslováquia, na França, na Alemanha, nos Estados Unidos, na China e no Japão, o que evidencia a ampla distribuição das roseiras em todo o mundo (REDDEL, 1998; HARKNESS, 2003). Os fósseis encontrados nos Estados Unidos, nos estados do Colorado e de Oregon, sugerem que elas existam desde o Período Oligoceno, há pelo menos 32 milhões de anos (BARASH, 1991; REDDEL, 1998; TARBOURIECH, 2001; DARDICK, 2003). Porém, análises moleculares do DNA de espécies atuais indicam que elas devem existir desde o Jurássico, há 200 milhões de anos. Como se vê, a história das rosas é anterior à história da humanidade, já que a espécie Homo sapiens surgiu somente há cerca de 500 mil anos (MAUSETH, 1995).
Mas não é apenas sobre a idade das rosas que há divergências. Igualmente, não há consenso sobre quando e onde elas foram cultivadas pela primeira vez, embora alguns autores concordem de que tenha sido na China, há cerca de 5 mil anos (REDDEL, 1998; LOWERMONTHCLUB, 2005, STACK, 2006). De qualquer forma, a história do cultivo e do desenvolvimento das rosas se confunde com a história das grandes civilizações euro-asiáticas (MEYNET, 2001). Elas eram cultivadas pelos chineses, pelos persas e também pelas antigas civilizações da região do Mediterrâneo (PHILLIPS; RIX, 2004), inicialmente mais com propósitos medicinais e condimentares do que por suas qualidades estéticas (REDDEL, 1998; TARBOURIECH, 2001).
Na China, o cultivo de rosas se tornou popular em 500 a.C., conforme relato de Confúcio (561–479 a.C.), que escreveu sobre os jardins de rosas em Pequim (BARASH, 1991; SQUIRE; NEWDIDICK, 1991). Confúcio narrou que o Imperador da China possuía, na época, cerca de 600 livros sobre o cultivo de roseiras, e que se extraía óleo das rosas cultivadas nos jardins imperiais para uso exclusivo dos nobres e dignitários da corte. Se algum plebeu fosse encontrado com o óleo, era imediatamente condenado à morte (FLOWERMONTHCLUB, 2005). As plantas chinesas, altas e frágeis, apresentavam flores pequenas que serviam também como adorno pessoal e para afugentar espíritos (ÁLVAREZ, 2005).
Na antiga Pérsia, as rosas eram intensamente cultivadas em jardins, e seu prestígio era tal que a palavra “rosa” era utilizada como sinônimo da palavra “flor”. Da Pérsia elas foram levadas até a Babilônia, onde se tornaram símbolo de poder do Estado (SQUIRE; NEWDIDICK, 1991). É provável que fossem cultivadas, por volta de 600 a.C., nos Jardins Suspensos da Babilônia, uma das sete maravilhas do mundo antigo (BEALES, 2000).
A Suméria, considerada a civilização mais antiga da humanidade (5000–2000 a.C.), localizada entre os rios Tigre e Eufrates, era conhecida pela produção da água e do óleo extraídos de suas roseiras silvestres (HISTORY OF ROSES, 2005). Relatos históricos contam que o rei Sargon I (2684–2630 a.C.), da Mesopotâmia, encantado com a beleza das flores trouxe rosas de uma expedição militar feita no Rio Tigre (FLOWERMONTHCLUB, 2005).
No Egito, representações dessa flor foram encontradas em antigos afrescos (BEALES, 2000). Os egípcios utilizavam as rosas também para enfeitar as tumbas funerárias (DARDICK, 2003). Cleópatra (69–30 a.C.) usava tão frequentemente a essência de rosas, que se tornou moda usar esse perfume em sua época (ASHCAR, 2001; HARKNESS, 2003).
Na Grécia, entre 2800 a.C. e 2100 a.C., as rosas foram imortalizadas em joias usadas pelos habitantes da Ilha de Creta (BARASH, 1991). Afrescos e cerâmicas encontrados no Palácio Real de Minos revelam que a espécie era cultivada e apreciada em Creta ainda em 1800 a.C. Ela fazia parte de cerimônias, tanto das sagradas quanto das profanas (DICKERSON, 2001; ÁLVAREZ, 2005). Na mitologia clássica, está associada a Afrodite, deusa do amor e do desejo (SQUIRE; NEWDIDICK, 1991). A mitologia conta que Afrodite presenteou seu filho Eros com uma rosa, como símbolo do amor proibido que nutria por ele. Eros, por sua vez, oferecendo a rosa para Harpócrates, deus do silêncio, para esconder esse amor, transforma a flor igualmente em símbolo do silêncio e do segredo (FLOWERMONTHCLUB, 2005). Os gregos usavam rosas também em rituais de sacrifício, em cerimônias públicas e em suas refeições (DICKERSON, 2001).
Mas os romanos certamente superaram os egípcios e os gregos na admiração e na mitificação da flor. Em virtude de seus supostos poderes afrodisíacos, era prática comum dos romanos recobrir as camas e o chão das residências nobres com pétalas de rosas a cada banquete ou festividade (BEALES, 2000). Guirlandas feitas com a flor eram usadas pelos jovens romanos como símbolo de inocência e de virgindade (FLOWERMONTHCLUB, 2005). Suas pétalas eram adicionadas às bebidas com a finalidade de impedir a embriaguez, e serviam também para dar sabor a diversos pratos da culinária, bem como para produzir perfumes, misturas cosméticas e poções medicinais (BEALES, 2000). No início, os romanos traziam rosas do Egito, mas não existem relatos de como elas suportavam a longa viagem através do Mediterrâneo (ROSAS, 1994). Com o crescimento da demanda, os romanos sentiram necessidade de iniciar seu próprio cultivo em escala comercial (BARASH, 1991). Eles eram de tal forma devotados às roseiras que criaram as primeiras casas-de-vegetação, e tiveram o cuidado de circundá-las por canais preenchidos com água quente somente para ampliar o período de floração (BARASH, 1991; BEALES, 2000). Grandes viveiros foram instalados no sul da Itália, particularmente em Paestum, próximo à atual Salermo (ROSAS, 1994). As rosas também desempenharam importante papel político e religioso durante o Império Romano (de 753 a.C. a 476 d.C.). Uma rosa pendurada no teto do recinto onde era realizada uma reunião indicava conteúdo secreto, e os confessionários, igualmente para indicar sigilo, faziam uso de rosas-brancas (BARASH, 1991). Atribui-se esse hábito ao simbolismo que a mitologia grega atribuiu às rosas (FLOWERMONTHCLUB, 2005). Com a Queda do Império Romano, iniciando a Idade Média (de 476 d.C. a 1453 d.C.), a popularidade dessas flores declinou sob pressão da Igreja Cristã, que as considerava símbolos de luxúria (BARASH, 1991; BEALES, 2000) e associadas aos cultos pagãos. As rosas passaram então a ter seu cultivo restrito (DICKERSON, 2001), e eram usadas apenas em cerimônias religiosas, na composição de medicamentos e, com menor frequência, para extração de fragrâncias (ÁLVAREZ, 2005). No final do período medieval, no entanto, o valor das rosas começou a ser novamente reconhecido. Em torno do ano 1200, a Igreja reassumiu seu simbolismo. Rosas-brancas passaram a representar a concepção imaculada da Virgem Maria, e as rosas-vermelhas o sangue derramado por Cristo. Contas feitas com uma mistura aquecida de pétalas cortadas, sal e água, roladas até adquirirem o formato desejado, formavam o rosário, cuja tradução literal é “reunião de rosas” (BARASH, 1991). Nos séculos 12 e 13, as Cruzadas foram responsáveis pela entrada de novas rosas na França e na Inglaterra (BARASH, 1991; BEALES, 2000), trazidas das expedições à Terra Santa.
Ainda no fim da Idade Média, teve início a ascensão da classe mercante, com destaque para a comercialização de produtos hortícolas. Com boa frota de navios e posição geográfica privilegiada, a Holanda começou, então, sua trajetória como centro de negócios da floricultura, que perdura até os dias de hoje (DICKERSON, 2001). As companhias holandesas levaram diversas rosas para seu país, e, assim, deram início ao desenvolvimento de novas variedades (SMITH, 2006).
Durante o século 15, a rosa foi usada como símbolo da luta pelo trono da Inglaterra (Guerra das Rosas, 1455 a 1487) entre a Casa dos Lancaster, representada pela rosa-vermelha – R. gallica L. var. officinalis – e a Casa dos York, representada pela rosa-branca – Rosa alba L. – (Harkness, 2003). No século 17, as rosas tinham tal valor que a realeza inglesa as empregava como moeda corrente. Tanto as flores quanto a água delas extraída eram frequentemente utilizadas em trocas e pagamentos (STACK, 2006).
Na Índia, o imperador Jahangir restaurou um antigo jardim em Caxemira, para sua esposa favorita, Nur Jahan, durante seu reinado (1605–1627). Batizado de Shalimar, o jardim estava repleto de rosas e de outras flores perfumadas (ASCHAR, 2001).
A primeira coleção internacional de roseiras, responsável pela grande difusão das rosas no Ocidente, pertenceu à imperatriz Josephine (1763–1814), mulher de Napoleão Bonaparte (HARKNESS, 2003; STACK, 2006). Ela mantinha contato com melhoristas da Europa apenas com a finalidade de ter em seu jardim o maior número possível das variedades existentes (HINZ; SCHULZ, 2002). A intenção de colecionar todas as rosas conhecidas acelerou o ciclo de cruzamentos, em consequência da concorrência instaurada entre os produtores franceses, no afã de impressionar a imperatriz (BEALES, 2000). Nessa época, foi desenvolvida a técnica de cruzamento, que visava controlar a polinização por meio da fecundação artificial com pólen colhido especialmente para tal fim, aumentando, assim, a possibilidade de combinar características desejáveis de duas espécies (ROSAS, 1994). Em 1809, em plena guerra entre França e Inglaterra, a imperatriz conseguiu a proteção da rota de um navio vindo da China, apenas por estar carregado de rosas para sua coleção (SCHINZ, 1997). Quando morreu, no ano de 1814, Josephine possuía nos jardins de seu castelo, em Malmaison, perto de 250 variedades de rosas (HINZ; SCHULZ, 2002). Cerca de 15 anos depois, ainda sob influência do trabalho iniciado pela imperatriz, foram catalogadas, na França, 2.500 variedades, o que indica a intensa atividade de cruzamentos realizados na época (AMERICAN ROSE SOCIETY, 2000).
Outro grande impulso no desenvolvimento de novas roseiras ocorreu em 1830, quando as rosas chinesas cruzaram naturalmente com as europeias, na Ilha de Bourbon, dando origem às variedades híbridas perpétuas (SMITH, 2006). Desde então, o interesse concentrou-se cada vez mais no cruzamento entre as espécies asiáticas e europeias, que originou os diversos híbridos utilizados ainda hoje (DICKERSON, 2001).
A entrada das rosas chinesas no continente europeu ocorreu de forma pouco convencional, no fim do século 18 (BARASH, 1991). Não foi nada fácil levar essas rosas para a Europa, pois os chineses mantinham seus portos fechados ao comércio europeu. Somente com a liberação de alguns portos para a English East India Company e a Dutch East Indian Company, que tinham interesse particular nos chás, nas sedas e nos condimentos, foi possível acessar o interior do país, ainda que secretamente, para coletar sementes e plantas. A ambição por novas plantas, entre elas as rosas, chegou a tal ponto que o botânico inglês Robert Fortune se disfarçou de servo chinês apenas para alcançar seu intento de levar, a pedido do Royal Botanic Gardens de Kew, na Inglaterra, diversas rosas chinesas para a Europa (AMERICAN ROSE SOCIETY, 2000).
A história das rosas é, pois, fruto de um longo processo que envolve dois grupos que se desenvolveram geograficamente distantes e tiveram sua importância separadamente ou em combinação: as rosas do Oriente e as do Ocidente. Com a variabilidade disponível, foi possível obter novos híbridos, partindo de cruzamentos não controlados até chegar aos cruzamentos interespecíficos, que deram origem às rosas atualmente utilizadas para os mais diversos fins (BARASH, 1991; HOOG, 2001).
Sobre a história das rosas no Brasil, há poucas referências disponíveis, embora existam registros de que elas foram trazidas pelos jesuítas entre os anos de 1560 e 1570. Plantadas próximo à Vila de Piratininga, atual cidade de São Paulo, as primeiras roseiras tinham suas flores utilizadas em solenidades religiosas. A citação literária mais antiga sobre rosas no Brasil é de 1813, em uma descrição do Município de Roseira, cujo nome se originou das rosas (rosa-branca brava e rosinha-trepadeira “mariquinha”) existentes à margem do Caminho Real, que passava por seu território. Um manuscrito, existente na Biblioteca do Museu dos Ciclos Socioeconômicos do Vale do Paraíba, afirma que as rosas-brancas e a rosinha-trepadeira cobriam cercas e divisas das propriedades ao longo desse caminho (CIDADEAPARECIDA, 2003). Mas foi a partir da criação da Ordem da Rosa, em 1829, por meio da qual D. Pedro I homenageava os nobres por seus feitos, que a rosa passou a ser cultivada em jardins públicos (PETRY, 2000).
A rosa é a espécie ornamental de maior importância na floricultura mundial. Seu cultivo abrange todos os continentes, e praticamente todos os países do mundo (MEYNET, 2001), representando, juntamente com os cravos e as cravinas, cerca de 70% da demanda mundial (ANEFALOS, 2004). Como flor de corte, destaca-se por sua beleza, diversidade, perfume e longa estação de florescimento (TABASSUM et al., 2002).
Atualmente, a Holanda é o maior importador e exportador de rosas de corte da União Europeia. Seu maior fornecedor é o Quênia, que, juntamente com a Zâmbia e o Equador, são responsáveis por 61% do total de rosas importadas pela Holanda. A Alemanha é o maior comprador, adquirindo 42% do total das rosas exportadas pela Holanda (HOOG, 2001). Na América do Sul, os maiores produtores são a Colômbia e o Equador (MOTOS; PACHECO, 2004), especializados em rosas com grandes botões florais e hastes longas, destinadas principalmente para o mercado norte-americano. Cerca de 36% das flores de corte importadas pelos Estados Unidos são rosas, 58% delas provenientes da Colômbia e 31% do Equador (KIYUNA et al., 2005).
No Brasil, a produção comercial de rosas teve início somente na década de 1940, após seleção das variedades mais adaptadas ao clima do País. Como resultado, são cultivadas, atualmente, mais de 2 mil variedades capazes de produzir em temperaturas que variam desde 8 °C até 25 °C (TOMÉ, 2004). As rosas mais cultivadas são as de cores tradicionais, como vermelha, cor-de-rosa, amarela, branca e, mais raramente, laranja (SEBRAE, 2005). A produção nacional de rosas para corte atende tanto o mercado interno como o externo (NOVARO, 2005), e é responsável pela metade do volume total de flores e de plantas ornamentais exportadas pelo Brasil (PEROSA, 2001). O maior exportador é o Estado de São Paulo, seguido pelo Ceará (TOMÉ, 2004), e os maiores compradores das rosas brasileiras são a Holanda, os Estados Unidos e Portugal (SILVA, 2006).
No Rio Grande do Sul, a rosa aparece como a principal flor de corte cultivada, envolvendo 160 unidades de produção (DAUDT, 2002). A taxa de expansão do cultivo de rosas nesse estado chegou a 86,5% entre 1996 e 2000. No mesmo período, a produção passou de 545 mil dúzias para mais de um milhão de dúzias de hastes por ano, alcançando também o maior volume de produção entre as flores de corte (PADULA et al., 2003). Na região sul do estado, o cultivo de rosas é o que mais atrai os produtores de flores de corte. Entre os 20 produtores dessa categoria de cultivo, 7 dedicam-se à produção de rosas para corte e de mudas de roseiras (STUMPF, 2007).
As rosas cultivadas, atualmente, são o resultado de séculos de mutações espontâneas e de hibridações (ROUT et al., 1999). Não há uma revisão conclusiva a respeito da evolução da espécie, mas, esquematicamente, ela é dividida em três períodos. O primeiro, e mais longo, marcado pela domesticação e pelo uso das rosas-silvestres, teve início na Pré-História e perdurou até os anos 1800, quando se iniciou então o segundo período, no qual se destaca a descoberta dos cruzamentos interespecíficos, a partir do ingresso das rosas orientais na Europa e da publicação das leis de Mendel. A exploração dos recursos genéticos e o uso da biotecnologia para produção das variedades modernas de rosas caracterizam o terceiro período, que perdura até os dias de hoje (MEYNET, 2001; HOOG, 2001).
Apesar de a literatura e a arte antigas enfocaram frequentemente as rosas em suas obras, não há menção sobre a que espécies se referem. Aparentemente, as rosas com flores simples, de cinco pétalas, cultivadas e apreciadas pelos persas, gregos e romanos, eram da espécie R. gallica (SMITH, 2006). R. damascena Miller, por sua vez, parece corresponder às rosas cultivadas na época de Nero, em Paestum, e mencionadas nos poemas de Virgílio (Roma, 70–19 a.C.). As rosas perfumadas existentes na região de Campanie durante o período romano, e descritas por Plínio (23–79 d.C.), podem ser R. alba (DICKERSON, 2001; MEYNET, 2001). Esse escritor e historiador romano menciona, em sua obra Historia naturalis, diversas espécies e híbridos, além de R. alba, incluindo R. damascena e R. canina, todas nativas da Europa (BEALES, 2000).
R. moschata foi introduzida pelos árabes no sul da Europa, no século 12, juntamente com outras espécies. Uma delas, R. foetida, com flores pequenas de coloração amarelo-ouro, foi posteriormente responsável por trazer essa cor para as rosas modernas (MEYNET, 2001; PHILLIPS; RIX, 2004).
Na Idade Média, todas essas espécies continuaram sendo utilizadas (ÁLVAREZ, 2005), mas com o cultivo limitado aos monastérios (SMITH, 2006). No fim do século 18, o cruzamento entre rosas ainda ocorria, na Europa, somente pela polinização natural, ao serem cultivadas diferentes espécies, lado a lado. As sementes eram então coletadas e semeadas, e davam origem a novas roseiras (AMERICAN ROSE SOCIETY, 2000).
A evolução das rosas orientais e, mais especificamente, das chinesas, é pouco conhecida. O que se sabe é que, no período compreendido entre 1750 e 1824, quatro variedades, em particular, foram desenvolvidas. Duas eram variedades das autênticas rosas chinesas (R. chinensis), uma delas com flores de coloração rosa, e a outra com flores vermelhas. As outras duas eram variedades de rosas-de-chá (R. odorata), uma com flores vermelhas e outra com flores amareladas (DICKERSON, 2001). A denominação incomum de rosa-de-chá é atribuída à sua fragrância característica (VERMEULEN, 2004).
As hibridações entre roseiras de diferentes partes do mundo tiveram início a partir de 1800, com a introdução das rosas orientais no pool gênico de rosas na Europa, quando híbridos remontantes (que florescem continuamente) passaram a ser produzidos (OPHARDT, 2005). Começou então uma longa e complicada história de hibridações extremamente numerosas (MEYNET, 2001), com cruzamentos envolvendo sete ou oito espécies, as quais resultaram no desenvolvimento de todas as variedades modernas (CHANNELIÈRE et al., 2002). Em 1810, foi desenvolvida R. centifolia, uma linhagem complexa obtida por melhoristas da Holanda, a partir do cruzamento natural entre rosas orientais e holandesas (ÁLVAREZ, 2005), embora registros feitos pelo grego Theophrates (327–287 a.C.), sobre uma rosa com cem pétalas, tivessem confundido sua verdadeira origem durante muito tempo (SINCLAIR;THODEY, 1993).
As primeiras rosas orientais trazidas para a Europa foram R. chinensis e R. gigantea, esta última de porte alto, hábito trepador e flores amarelas (HOOG, 2001; DARDICK, 2003; ÁLVAREZ, 2005). A maior diferença entre as espécies europeias e as chinesas, no entanto, estava na floração. As europeias floresciam apenas uma vez ao ano, por um curto período, enquanto as chinesas floresciam continuamente, algumas durante toda uma estação, o que revolucionou e impulsionou o desenvolvimento de novas variedades (BARASH, 1991). Como resultado do cruzamento dessas espécies de origem distinta, era obtida uma progênie com um único florescimento anual, como as europeias. Mas ao serem cruzadas entre si e, a seguir, novamente com R. chinensis e R. odorata, eram finalmente obtidos os desejados híbridos remontantes (DICKERSON, 2001). Em 1837, apareceram os primeiros roseirais com mais de uma floração ao ano (ÁLVAREZ, 2005).
Em 1867, a rosa “La France”, hibridizada por Jean-Baptiste Guillot, foi considerada a primeira rosa híbrida-de-chá. A data de seu lançamento delimitou a classificação das roseiras, com a criação do grupo das rosas modernas (BEALES, 2000; DARDICK, 2003).
As rosas modernas incluem as híbridas-de-chá, as poliantas (ou multifloras), as floribundas, as grandifloras, as miniaturas e as trepadeiras (LORD, 1999; BARBOSA, 2003; SEBRAE, 2005). As poliantas compreendem as rosas resultantes do cruzamento entre R. multiflora e R. chinensis (BARBOSA, 2003; VERMEULEN, 2004). O grupo floribunda originou-se do cruzamento entre as híbridas-de-chá e a polianta japonesa R. rugosa, em 1920. As grandifloras foram produzidas nos anos de 1950, pelo cruzamento de floribundas com híbridas-de-chá (SMITH, 2006). As miniaturas resultaram do cruzamento de R. pensilla e R. semperflorens, enquanto as trepadeiras constituem um grupo de plantas diversas, originárias de R. multiflora, R. wichuraiana e mutações de híbridas-de-chá (BARBOSA, 2003).
Desse grupo, as mais importantes são as híbridas-de-chá, com uma ou mais flores por ramo; as poliantas, com cachos de pequenas flores; e as floribundas e grandifloras, ambas com um número de flores intermediário entre os dois primeiros (HOOG, 2001). As híbridas-de-chá, com flores únicas, grandes e perfumadas, e de haste longa, são as rosas utilizadas como flor de corte (SEBRAE, 2005). Seu cultivo declinou durante os anos de 1930 e o período das guerras, mas retomou lugar de destaque com a introdução da rosa Peace, em 1945 (AMERICAN ROSE SOCIETY, 2000).
Uma rosa é classificada como antiga se pertence ao grupo existente antes de 1867 (HINZ; SCHULZ, 2002; FLOWERMONTHCLUB, 2005). Das rosas antigas, destacam-se a alba, a centifólia, a damascena, a gálica, a chinense, a mosqueta e a rosa-de-chá (LORD, 1999).
As albas estão entre as rosas mais antigas ainda em produção (BEALES, 2000). Bastante resistentes a doenças, a sombreamento e a baixas temperaturas, produzem flores perfumadas na cor rosa ou branca; as centifólias têm flores rosa, avermelhadas ou brancas, intensamente dobradas (perto de 100 pétalas) e perfumadas; as damascenas apresentam flores brancas e vários tons de rosa, e seu aroma tem sido usado na indústria da perfumaria; as gálicas produzem flores duplas, nas cores púrpura, malva e rosa, e são bem perfumadas (OPHARDT, 2005). As chinenses também têm flores dobradas ou semidobradas, nas cores vermelha, rosa, branca e púrpura; a mosqueta apresenta um corimbo de flores brancas e perfumadas, e as rosas-de-chá, ou odoratas, têm flores na cor laranja, rosa, amarela ou branca, muito perfumadas (CUIZHI; ROBERTSON, 2003).
As rosas são cultivadas não apenas para o paisagismo e para a comercialização das hastes florais, mas também para a utilização específica das pétalas e dos frutos para os mais diversos fins (MEYER, 1974; TABASSUM et al., 2002; CUIZHI et al., 2003).
Principalmente os frutos de espécies silvestres da seção Caninae e, mais raramente, de Cinnamomeae têm longa tradição como matéria-prima de chás, de geleias e de sucos, e podem ainda ser consumidos in natura (UGGLA, 2004). Os chineses foram os primeiros a descobrir as qualidades medicinais dos frutos, fazendo de sua polpa um chá com propriedades diuréticas (GILL; POGGE, 1974). Os frutos são fonte de vitaminas C (FLOWERMONTHCLUB, 2005), A, B e E, e também de fósforo, cálcio e niacina (AMERICAN ROSE SOCIETY, 2000). Contêm ainda altos teores de carotenoides, compostos fenólicos e compostos voláteis. Por suas propriedades medicinais, países como a antiga Tchecoslováquia, a Alemanha e a Rússia desenvolvem programas de melhoramento voltados especialmente para a produção dos frutos de roseiras (UGGLA, 2004).
A história conta que, durante a Segunda Guerra, com a interrupção do comércio de frutas cítricas para a Inglaterra, sinais de escorbuto começaram a aparecer em virtude da falta da vitamina C, sobretudo entre as crianças. Essa carência foi suprida graças à descoberta de que os frutos de rosas-silvestres, que cresciam naturalmente no país, continham mais vitamina C do que as laranjas e os limões. Os frutos colhidos diretamente na natureza foram então utilizados no preparo de chás, sopas e xaropes fornecidos às crianças (AMERICAN ROSE SOCIETY, 2000).
Por séculos as rosas foram também o principal ingrediente da mais refinada culinária. A receita mais antiga de doces com rosas data do Império Romano, ainda que outras civilizações tenham também tirado proveito das qualidades aromáticas de suas rosas nativas (FLOWERMONTHCLUB, 2005). Os frutos de R. canina, por exemplo, foram utilizados desde a Antiguidade para o preparo de doces (ÁLVAREZ, 2005) e, ainda hoje, são empregados para a elaboração de geleias e como fonte de vitamina C (FLOWERMONTHCLUB, 2005). Na antiga Grécia, pétalas de rosas moídas faziam parte de receitas sofisticadas (ASHCAR, 2001). No século 10, os persas exportavam água de rosas para a maior parte da Europa, da África do Norte e da Ásia, com a finalidade de fazer parte da composição de receitas de bolos e biscoitos (FLOWERMONTHCLUB, 2005). Ainda no século 13, ela servia para dar sabor a molhos, sopas e cozidos (HINZ; SCHULZ, 2002). No século seguinte, as rosas eram usadas não apenas no tempero de pratos salgados, como peixes e molhos, mas também para a elaboração de sobremesas, doces e geleias. No século 19, eram intensamente usadas em todo o mundo como corante e flavorizante de chás, doces, molhos, óleos e conservas (FLOWERMONTHCLUB, 2005). Atualmente, o marzipã e alguns licores ainda levam a água de rosas em sua composição (HINZ; SCHULZ, 2002).
O valor econômico das rosas também reside no uso das pétalas como fonte natural de fragrâncias. O aroma é determinado por uma complexa mistura de moléculas voláteis, de baixo peso molecular. Por muitos anos a pesquisa de fragrâncias florais esteve focada na elucidação química de seus componentes e, como resultado, foram identificadas centenas de compostos, dos quais muitos são fenilpropanoides, terpenoides e derivados de ácidos graxos. Análises da expressão de genes relacionados ao aroma mostraram que o local de sua produção e emissão são as células da epiderme das pétalas (GUTERMAN et al., 2002).
O tipo e a intensidade da fragrância variam também entre as espécies e variedades de rosas (ZUKER et al., 1998). De modo geral, as rosas com pétalas amarelas produzem aroma cítrico ou de aniz, e as de cor vermelha ou rosa-intenso emitem uma fragrância adamascada, associada às rosas antigas. A rosa ‘White Lightin’, por sua vez, embora de cor branca produz um forte aroma cítrico herdado de suas ancestrais amarelas, o que mostra que nem sempre a cor pode ser associada indistintamente a determinado aroma (DARDICK, 2003).
R. damascena é a espécie mais importante na produção da água, da essência e de óleos essenciais para a indústria da perfumaria (ZUKER et al., 1998), destacando-se, para o último propósito, a variedade R. x damascena Miller ‘Trigintipetala’ (HINZ; SCHULZ, 2002). Para obter 1 kg de óleo essencial de rosas, perto de 4.000 kg de pétalas são empregadas (ASHCAR, 2001), enquanto, para o preparo de 1 L de água de rosas, é necessário 1 kg de pétalas frescas (ÁLVAREZ, 2005).
As antigas civilizações faziam uso intenso do aroma das rosas. Os egípcios, por exemplo, encaravam o perfume como um néctar dos deuses e acreditavam que, usando-o, era-lhes possível tocar a alma dos mortos. Cultivavam os estímulos olfativos a ponto de adotar diferentes fragrâncias para cada parte do corpo, num exótico coquetel. Cleópatra (69–30 a.C.), a rainha do Egito, usava essência de rosas como perfume pessoal e para impregnar as velas de seu barco, a fim de impressionar e marcar os locais por onde passava. A história conta, ainda, que ela se untou com óleo de rosas selecionadas ao atravessar o Mediterrâneo para encontrar-se com Marco Antônio, a quem costumava receber em uma cama coberta de pétalas de rosas (ASHCAR, 2001; HARKNESS, 2003). Na Grécia, por volta de 800 a.C., as cidades de Atenas e Corinto exportavam óleo de rosas maceradas. Os gregos chegavam ao exagero de aplicar perfumes antes e depois das refeições (ASHCAR, 2001). As mulheres romanas faziam uso da essência de rosas como perfume e, por acreditar em suas propriedades rejuvenescedoras, utilizavam-na também como emoliente para a pele (BARASH, 1991).
A primeira água de rosas do mundo foi preparada pelo alquimista árabe Ibn-Sina, conhecido como Avicena (980–1073), que isolou o perfume das pétalas em forma de óleo (attar), o que representa um grande passo na história da perfumaria. Um dos cem livros que escreveu foi dedicado inteiramente às rosas (KEVILLE; GREEN, 1995). Em Bagdá, séculos mais tarde, milhares de garrafas desse óleo eram consumidas para aplicação na pele, no cabelo e, também, para uso na culinária. Predominava R. damascena. A cidade persa de Shiraz ficou conhecida por sua água-de-rosas, exportada para a Europa, a Índia e a China, do século 7 até o século 17. Na Itália, antes do advento dos talheres, no fim do século 17, tigelas com água-de-rosas eram colocadas ao lado dos pratos, para que os comensais pudessem lavar suas mãos. A perfumaria ficou adormecida no Ocidente após a Queda de Roma, mas, durante os séculos 14 e 15, o comércio florescente provocou investimentos e experiências nas artes e nos aromas. As damas inglesas da corte de Elisabeth I (1533–1603) aplicavam rosas secas em seus decotes, enquanto, na França, o rei Luís XIV (1638–1715) perfumava suas luvas com rosas (ASHCAR, 2001). Atualmente o maior produtor de essência de rosas – a mais cara entre todas as essências de flores – é a Bulgária (ÁLVAREZ, 2005). O óleo de origem búlgara é intensamente empregado na indústria de perfumes e cosméticos, mas tem aplicação também na farmacologia (HINZ; SCHULZ, 2002).
Na época de D. João VI, embora o hábito do banho não fosse totalmente adotado pelos portugueses radicados no Rio de Janeiro era comum que as lavadeiras negras perfumassem as roupas com flores aromáticas, como a rosa, seguindo-se a tese que vigorava na época, de que era “a roupa que deveria ser lavada” (BUENO, 2007). As primeiras indústrias nacionais de perfumes começaram a se destacar no início dos anos de 1900 (ASHCAR, 2001). Na perfumaria brasileira, as rosas foram ingrediente de produtos que marcaram diferentes décadas. Em 1929, foi lançada uma loção à base de rosas, a qual se destinava à beleza da pele feminina; no início dos anos de 1930, foi fabricado um exótico perfume com notas de madeiras orientais; nos anos de 1940, outro perfume com rosas em sua composição marcou a história da perfumaria brasileira, que depois disso criou a linha de sabonetes, loções e talco feminino, lançada por outro fabricante, nos anos de 1950. A moderna perfumaria brasileira continua utilizando as rosas não apenas nas fórmulas de produtos femininos, mas também nas de produtos masculinos (ASHCAR, 2001).
Ao longo das eras geológicas, as mutações espontâneas, os fluxos migratórios de genes (por animais consumindo frutos ou por insetos transportando pólen) e as hibridações naturais criaram imensa diversidade genética, a qual foi submetida à pressão de seleção natural determinada pelas condições edafoclimáticas da área de ocupação das rosas (MEYNET, 2001).
Na Antiguidade, as rosas eram coletadas de seu ambiente natural para serem cultivadas em jardins, mas não se sabe se então eram propagadas por meio de sementes ou vegetativamente. O fato é que, nesse período, novas variedades somente surgiam como resultado da polinização natural (HOOG, 2001). A ampla variabilidade existente, aliada à intensa hibridação natural, sugere que a maior parte dos híbridos surgiu de forma espontânea (HINZ; SCHULZ, 2002). A introdução de novos genótipos e a troca de variedades e de espécies somente eram feitas pelos viajantes da época, que ampliavam, desse modo, a variabilidade genética disponível. Essa mesma variabilidade, no entanto, passou a sofrer um estreitamento tanto por causa da seleção de certos tipos preferidos de rosas pelo desconhecimento de que algumas características poderiam ser passadas nos cruzamentos. Era sabido apenas que as novas plantas obtidas possuíam alguma relação com as demais da coleção. Mais tarde, foi descoberto que, a partir das variedades iniciais, principalmente diploides, era possível desenvolver novas variedades, normalmente tetraploides (HOOG, 2001). A primeira hibridação intencional, com o claro propósito de produzir uma nova variedade, ocorreu na primeira metade do século 19, provavelmente em torno de 1820, na França (MATTOCK, 1995), país que se destacou pelo desenvolvimento de novas variedades até os anos de 1900 (DICKERSON, 2001).
Grande parte das espécies do gênero Rosa é diploide ou tetraploide, com um número de cromossomos que varia de 2n=2x=14 até 2n=8x=56 (ROUT et al., 1999; RAJAPAKSE, 2001). A poliploidia é frequente nas seções Pimpinellifoliae, Gallicanae, Cinnamoneae e Caninae, mas não é comum entre as espécies silvestres (MA et al., 1997), que são geralmente diploides (RAJAPAKSE, 2001).
As rosas atualmente cultivadas constituem uma grande coleção de híbridos interespecíficos (MALITZ, 1996), que formam o complexo R. hybrida, essencialmente composto por genótipos tetraploides (4n=4x=28). A origem desse complexo pode ser creditada ao cruzamento entre as espécies europeias tetraploides R. gallica, R. damascena e R. foetida e as espécies asiáticas diploides R. chinensis, R. gigantea, R. moschata, R. multiflora e R. wichuraiana (EL MOKADEN et al., 2002).
Entre as espécies diploides, destacam-se ainda as poliantas (embora algumas sejam triploides), R. rugosa e as espécies pertencentes à seção Synstylae. As espécies triploides mais conhecidas são as híbridas de rosa-mosqueta, bem como as perpétuas e alguns de seus híbridos. Além das espécies tetraploides já citadas existem as floribundas, as híbridas-de-chá e a R. centifolia. R. alba, por sua vez, é uma espécie hexaploide.
Existem ainda os denominados complexos, cuja ploidia é variada. Os principais complexos são R. acicularis (com 14, 28, 42 ou 56 cromossomos), R. canina (a maior parte com 35 e algumas com 42 cromossomos), R. chinensis (a maior parte com 14 cromossomos, mas também com 21 ou 28) e R. odorata (a maior parte com 14 e algumas apresentando 21 ou 28 cromossomos) (NEUMEYER, 2005). As espécies pertencentes ao complexo R. canina possuem meiose desbalanceada, resultando em gametas com diferentes números cromossômicos: o masculino geralmente com 7 e os femininos com 21, 28 ou 35 cromossomos (TARBOURIECH, 2001; WERLEMARK et al., 1999). Vários autores relatam também a ocorrência de apomixia nesse complexo, ou seja, formação de sementes sem a fertilização (UGGLA, 2004).
As rosas produzidas para o mercado atual são quase que exclusivamente tetraploides, embora existam algumas triploides. Principalmente entre as variedades de florescimento contínuo, o vigor das plantas cresce com o aumento do nível de ploidia (HOOG, 2001).
Desde que teve início, ainda no século 19, até os dias de hoje, a produção de novas variedades não apresentou mudanças drásticas, embora o trabalho tenha progredido nos anos de 1960, com o aprofundamento no conhecimento da fisiologia de reprodução das espécies, de modo que foram determinadas as melhores condições para polinização e germinação. Os critérios de seleção passaram então a ter novos objetivos, como resistência a baixas temperaturas e a doenças e maior durabilidade pós-colheita (GUDIN, 2001). Outras características como formato e cor de flor, floração recorrente e, em menor grau, o perfume, foram igualmente selecionadas nos programas de melhoramento. Em alguns casos, o perfume foi perdido nos estágios mais avançados do processo de seleção, particularmente nas híbridas-de-chá, destinadas à produção de flores de corte, cujos trabalhos estiveram dirigidos principalmente para o formato das flores e sua longevidade após o corte (CHANNELIÈRE et al., 2002). As seleções voltadas para a durabilidade das flores, prioritária durante muito tempo e cuja consequência era a perda do perfume, sugerem uma correlação entre essas características, ainda que a causa específica dessa perda não esteja devidamente esclarecida (GUTERMAN et al., 2002).
No início do século 20, o melhoramento de rosas apresentou grande incremento. Os melhoristas passaram a desenvolver seus trabalhos em casas-de-vegetação, o que, aliado à compatibilidade entre as espécies, facilitou a obtenção de novas formas e cores. Como as rosas para corte geram de três a cinco vezes mais royalties do que as rosas para jardim, por exemplo, as empresas privadas de melhoramento concentram seus esforços naquela categoria. Normalmente, no entanto, 99% das plantas resultantes dos cruzamentos são descartadas ainda na primeira seleção, o que provoca perda genética. Essa seleção negativa, combinada com a seleção baseada apenas em características fenológicas, tem trazido como consequência a perda de outras propriedades que não são externadas visualmente (HOOG, 2001), como a resistência a doenças e o aroma.
Desde a década de 1990, marcadores moleculares têm sido usados para caracterizar o genoma das rosas (GUDIN, 2001; RAJAPAKSE, 2001). As plantas ornamentais são de particular interesse como modelo, pois apresentam um genoma pequeno, com aproximadamente 560 Mbp (CHANNELIÈRE et al., 2002). O maior propósito de mapear o genoma das rosas é localizar genes que controlam características importantes, para então identificar sua exata posição dentro do cromossomo e conseguir manipulá-lo (RAJAPAKSE, 2001). Assim sendo, características como coloração de pétalas, formato, longevidade, hábito e resistência podem ser modificadas com o uso de técnicas de transformação genética. Da mesma forma, a engenharia genética pode ser aplicada para aumentar a durabilidade pós-colheita, bloqueando a produção de etileno pelas flores. Nesse caso, o benefício seria também ambiental, já que produtos tóxicos são intensamente utilizados com esse propósito (BIJMAN, 1994).
Considerando-se o recente uso de genes de espécies silvestres e a elevada variabilidade genética das atuais variedades, estima-se que seja possível a obtenção de variedades revolucionárias nos próximos anos, especialmente com relação à resistência a doenças e a pragas, ao frio e à seca, assim como a obtenção de plantas e flores com os mais diversos formatos, hábitos de crescimento (GUDIN, 2001) e cores (HOOG, 2001). É interessante observar que as rosas não possuem genes que as permitam produzir flores em todo o espectro de cores. Flores de um azul-puro, por exemplo, não podem ser produzidas (BIJMAN, 1994). Mesmo assim, muitas empresas têm trabalhado para conseguir uma rosa azul, mas, nessa busca, somente variedades roxas e lilases têm sido obtidas. Nos anos de 1960, o cruzamento entre duas rosas de coloração lilás, ‘Simone’ e ‘Sterling Silver’, e, a seguir, o cruzamento da progênie obtida com a rosa ‘Song of Paris’, de tom lilás-claro, apresentou como resultado a rosa denominada ‘Blue Heaven’, de tonalidade apenas azulada (ROSAS, 1994). Mais recentemente, em 1993, foi lançada a variedade ‘Blue Bajou’, produzida pela empresa alemã Kordes, que, ao contrário do que o nome indica, tem flores de coloração lilás-claro (VERMEULEN, 2004).
O desenvolvimento de variedades resistentes a doenças e a pragas, no entanto, parece ter maior urgência dentro dos critérios de melhoramento, já que, para o cultivo de rosas, é necessário utilizar grande quantidade de produtos químicos, em decorrência da elevada suscetibilidade (BIJMAN, 1994), principalmente ao oídio (Sphaerotheca pannosa) e à pinta-preta (Diplocarpon rosae). Existem numerosas espécies silvestres resistentes a esses fungos, as quais podem ter essa característica utilizada nos programas de melhoramento. Nesse sentido, a indústria das rosas pode obter grande benefício com o uso de marcadores moleculares, de técnicas de engenharia genética e de mapeamento genético (RAJAPAKSE, 2001).
No Brasil, desde 2000, produtores de São Paulo vêm cultivando variedades de rosas com botões florais maiores, que alcançam até 10 cm de comprimento, e com cores mais vibrantes do que as disponíveis até então. Os produtores utilizam material genético importado e, para assegurar o bom resultado, deslocaram suas áreas de cultivo para regiões com clima mais propício, como o Ceará e Minas Gerais, e investiram em novas tecnologias de produção, de colheita e de armazenamento. A finalidade desse trabalho é apresentar variedades nacionais que tenham condições de competir com as rosas colombianas (SILVA, 2006), importadas desde 1996 para atender a demanda nas datas mais importantes da floricultura, como o Dia das Mães, o Dia dos Namorados e o Dia de Finados (KÄMPF, 1997). O mercado de fornecimento de mudas e de melhoramento genético de rosas também tem sido beneficiado pelo trabalho de uma empresa privada de Cotia, São Paulo, que trabalha com rosas há mais de 60 anos e desenvolveu mais de 300 novas variedades de rosas em parceria com os Estados Unidos, a França e a Alemanha (CLARO, 1999).
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