Foto: Emerson Ferreira
Roberto Lisbôa Romão
José Geraldo de Aquino Assis
Manoel Abílio de Queiroz
A história evolutiva de espécies cultivadas, em especial o processo de domesticação, permite compreender a variabilidade genética existente, sua estruturação nas populações e a sua relação com espécies próximas. No caso específico da melancia, que pertence a um gênero com poucas espécies, sobre as quais a domesticação aparentemente exerceu fortes pressões seletivas, uma variabilidade expressiva é encontrada provavelmente em virtude de sua ampla e antiga dispersão como cultura e do tipo de manejo utilizado pelos agricultores. O estudo de populações brasileiras oferece interessante análise sobre a dinâmica evolutiva da espécie e mostra as possibilidades de exploração do germoplasma de uma cultura exótica, germoplasma esse existente no Brasil.
A melancia tornou-se uma cultura de importância no agronegócio brasileiro, pois, em 2005, a safra foi de 1.774 t, em uma área de 80.240 ha (IBGE, 2006). Consideradas as perdas por causas diversas, estimadas em cerca de até 30% para várias frutas e hortaliças, e um preço médio final de R$ 0,30 por quilograma de fruto em feiras livres, mercados e supermercados, chega-se a um valor bruto da produção estimado em mais de R$ 350 milhões. A produção é feita tanto por pequenos e médios produtores, quanto por meio da produção empresarial, principalmente para exportação. A produção brasileira de melancia está distribuída entre as regiões Sul (34,3%), Nordeste (30,1%), Sudeste (14,9%) e Norte (11,9%).
Este capítulo analisará a variabilidade genética da melancia pela perspectiva evolutiva, assim como as ações de conservação de germoplasma e a utilização dessa variabilidade em programas de melhoramento.
A melancia pertence ao gênero Citrullus e à família Cucurbitaceae, e tem como centro de origem a África. Vem sendo cultivada desde os tempos pré-históricos, como revelam as pinturas encontradas no Egito, e consta também na antiga literatura árabe, em sânscrito e espanhol (COSTA; PINTO, 1977; MOHR, 1986). Atualmente apresenta grande distribuição em todo o mundo e é considerada cosmopolita. No Brasil, tem um papel significativo na agricultura em várias regiões do País.
O gênero Citrullus é classificado como parte da divisão Magnoliophyta, da classe Magnoliopsida, da subclasse Dilleniidae, da ordem Violales e da família Cucurbitaceae. No gênero Citrullus, estão incluídas quatro espécies: Citrullus lanatus, C. colocynthis, C. ecirrhosus e C. rehmii (JARRET; NEWMAN, 2000; DANE; LANG, 2004).
A espécie cultivada é Citrullus lanatus (Thumb.) Matsum e Nakai. Inclui a melancia cultivada C. lanatus lanatus, de ampla distribuição mundial, e C. lanatus var. citroides, uma forma silvestre encontrada no sul da África e cultivada em outras partes do mundo, principalmente para alimentação animal. É anual, de hábito rasteiro e com ramificações sarmentosas. As folhas são divididas em três ou quatro pares de lóbulos e com margens não crespas. É monoica, ou seja, com flores masculinas e femininas na mesma planta. Contudo, algumas populações são andromonoicas, com flores hermafroditas e masculinas na mesma planta. As flores femininas e hermafroditas apresentam ovário súpero em formato similar à forma final do fruto. Os frutos variam no formato, no tamanho, na cor, na espessura da casca, na cor da polpa e na cor das sementes (WHITAKER; DAVIS, 1962; MOHR, 1986).
Três subespécies de C. lanatus são reconhecidas: a) lanatus; b) vulgaris com duas variedades, var. vulgaris e var. cordophanus; c) mucocospermus. Numa classificação ecofisiológica baseada em região de cultivo, morfologia e anatomia da folha, índices fisiológicos das folhas (capacidade de retenção de água) e tipo sexual da planta, a espécie foi agrupada em: variedades russas, asiáticas e ocidentais (FURSA, 1981).
A espécie C. colocynthis (L.) Schrad. ocorre no norte e no sudoeste da África e na Ásia, onde se encontram duas raças distintas. Uma dessas é encontrada na costa do Mediterrâneo e em Israel, e a outra nos desertos de Negev e Sinai. Essa espécie é perene, com folhas pilosas, cinzentas, com margens crespas e lóbulos estreitos; frutos pequenos, com cerca de 20 cm de diâmetro e casca fina, de cor verde, verde-clara ou amarelo-clara quando maduros, e com polpa branca, esponjosa, compacta e de sabor amargo (ZAMIR et al., 1984).
A espécie C. ecirrhosus Cogn., endêmica do deserto da Namíbia é similar à C. colocynthis, porém bem distinta desta última no tamanho e no mosqueado dos frutos e nas folhas, as quais são mais divididas, cobertas com pêlos finos e densos e com margens fortemente recurvadas; não possui gavinhas; tem polpa branca e amarga e as flores são formadas apenas no segundo ano (MEEUSE, 1962).
A espécie C. rehmii De Winter é também encontrada no deserto da Namíbia, sendo anual, monoica e rasteira. As partes vegetativas são espinhosas com pêlos eriçados, e as folhas apresentam pecíolos espinhosos com três a cinco lóbulos profundos. As flores, por sua vez, são solitárias, axilares, amarelas e pediceladas. Essa espécie habita principalmente superfícies pedregosas e areno-pedregosas, e é similar à C. ecirrhosus. Difere das outras espécies por apresentar fruto mosqueado rosa-salmão em um fundo verde-escuro (DE WINTER, 1990).
Marcadores cpDNA e sequências ITS foram utilizados para estudos das relações filogenéticas entre as quatro espécies, e confirmaram a origem monofilética do gênero. As análises de cpDNA mostraram dois principais clados, um dos quais com C. colocynthis, e o outro, C. rehmii associada a C. lanatus e a C. ecirrhosus. A proximidade de C. rehmii à melancia cultivada foi confirmada nas análises de regiões ITS (DANE; LANG, 2004; DANE et al., 2004).
Apesar de C. colocynthis mostrar-se a mais distante entre as espécies do gênero em relação à melancia cultivada, a hibridação interespecífica entre elas já foi observada na natureza e também em trabalhos de melhoramento genético. Híbridos interespecíficos com as demais espécies também já foram obtidos (SHIMOTSUMA, 1960; SINGH, 1978; FULKS et al., 1979; HERRINGTON et al., 1986).
Todas as espécies de Citrullus são diploides com número cromossômico 2n=22. Em variedades cultivadas de C. lanatus, os cromossomos apresentam tamanho total entre 39,7 µm e 42,2 µm, variando o dos cromossomos de 1,25 µm a 2,9 µm (TRIVEDI; ROY, 1970), dos quais nove pares são submetacêntricos e dois metacêntricos. Em C. lanatus var. citroides (melancia forrageira), encontrada no Brasil, o tamanho total dos cromossomos foi superior ao de C. lanatus var. lanatus, apresentando 44 µm, e cromossomos variando de 1,45 µm a 2,28 µm, dos quais cinco são pares submetacêntricos e seis metacêntricos (ASSIS, 1994). A tendência de ocorrer um número maior de cromossomos com centrômero submediano em tipos não cultivados, quando comparados a tipos cultivados, também foi demonstrada em estudos cariotípicos no gênero Cucumis (Cucurbitaceae) e em outras espécies (SINGH; ROY, 1974).
Em melancia forrageira, foram observadas células com número diploide (2n=22) e tetraploide (2n=44) no mesmo tecido meristemático. Tal fato, conhecido como mixoploidia ou polissomaticismo, foi observado em outras cucurbitáceas (Cucurbita maxima, Cucumis melo, Luffa aegiptica e Cucurbita pepo), e é considerado comum nessa família (ASSIS, 1994).
Em relação ao sistema reprodutivo, a melancia cultivada tem sido considerada uma espécie alógama. São verificadas, no entanto, altas porcentagens de autofecundações naturais em populações andromonoicas cultivadas em casa-de-vegetação. Dessa forma, em condições de campo, as populações andromonoicas podem apresentar um sistema misto de reprodução, uma vez que podem ocorrer tanto autofecundação das flores hermafroditas quanto cruzamento via pólen oriundo de outra planta. De fato, já se encontrou população segregante para expressão sexual apresentando 53,5% de plantas monoicas e 46,5% de plantas andromonoicas; e, logo, um sistema misto de reprodução com taxa de autofecundação natural de 0,235 (FERREIRA et al., 2000; 2002).
A domesticação da melancia resultou de mudanças na morfologia, na fisiologia, na diversidade genética e na adaptação da espécie. As principais mudanças envolveram a eliminação de amargor e a cor de polpa (NAVOT et al., 1990). Os frutos das espécies silvestres de Citrullus são caracterizados por polpa branca e sabor extremamente amargo. Esse amargor, presente também em outras espécies de cucurbitáceas, é causado pela alta concentração de uma substância chamada cucurbitacina glicosídeo ou colocintina e é controlada por um gene dominante (Bi) sobre o caráter não amargo. A cor vermelha da polpa é influenciada por um gene recessivo (red), mas parece também ser influenciada por outros genes, envolvendo efeito epistático (ROBINSON et al., 1976; MOHR, 1986). Essas características foram as mais importantes no processo de domesticação e passaram por forte pressão seletiva, pelo fato de os genes estarem em ligação, ou seja, os genes estão fisicamente próximos, no mesmo cromossomo (NAVOT et al., 1990).
Apesar de os estudos moleculares apontarem para maior proximidade filogenética com C. rehmii ou C. ecirrhosus, os relatos da domesticação sugerem que a melancia cultivada teria como ancestral direto C. colocynthis, e a domesticação teria ocorrido no Egito, por volta de 2000 a.C. (MOHR, 1986). Recentemente, sementes de melancia foram encontradas num sítio arqueológico da Líbia, datando de 5 mil anos (WASYLIKOWA; VEEN, 2004).
No ano 800, a melancia foi introduzida na Índia e, em 1100, na China. Na Europa, a introdução ocorreu durante a conquista da Espanha e houve registros nos anos de 961 e de 1158. Seu cultivo disseminou-se pelo resto da Europa, e ela passou a ser amplamente cultivada em pequena escala após 1600. Durante a colonização da América, a melancia foi introduzida pelos espanhóis na América do Norte, em 1629, e, no Brasil, pelos escravos africanos, a partir de meados do século 16 (WHITAKER; DAVIS, 1962; ROMÃO, 2000; LEVI et al., 2001a).
O germoplasma de melancia foi introduzido no Brasil em duas épocas distintas e originou-se de duas situações bem diferenciadas em termos de manejo de germoplasma. A primeira ocorreu há mais de 350 anos, e foi proveniente diretamente do centro primário de origem e diversidade – o continente africano –, e envolveu materiais de base genética ampla, cultivados por agricultores familiares em diferentes regiões da África. Esse germoplasma foi trazido para o Brasil durante o tráfico de escravos (1551–1857) (Figura 1). Posteriormente, na década de 1950, foi introduzido no Estado de São Paulo germoplasma de melancia proveniente dos Estados Unidos e do Japão, de base genética mais estreita, uma vez que era resultante de programas de melhoramento desses países (COSTA; PINTO, 1977; WHITAKER; DAVIS, 1962; ROMÃO, 2000).
Figura 1. Fluxo migratório dos acessos introduzidos da África, no Brasil; principais grupos africanos introduzidos; e centros de origem da melancia na África.
Fonte: Keay e Hepper (1985); Mallick e Masui (1986).
Esse germoplasma tem sido cultivado no Brasil, ao longo dos anos, em duas condições contrastantes, uma delas realizada nas diversas áreas cultivadas do Nordeste brasileiro pelos agricultores familiares, na agricultura dependente de chuvas e na ausência de agroquímicos, com populações locais (etnovariedades) plantadas uma vez por ano. As variedades americanas e japonesas, por sua vez, fazem parte da produção tecnificada com alta utilização de insumos, inicialmente praticada no centro-sul do Brasil e, posteriormente, também em outras regiões do País (QUEIRÓZ et al., 1999a; ROMÃO, 2000).
O tráfico de escravos foi praticado continuamente no Nordeste do Brasil desde o século 16, e o número total de escravos introduzidos pode ter chegado a 18 milhões. Embora grupos de africanos de diferentes procedências tenham sido introduzidos, os dois maiores contingentes foram de sudaneses e de bantos (RODRIGUES, 1982; VERGER, 1987; SALDANHA, 1989; DE LAUGHE et al., 1994-1995). Na África, as áreas onde esses grupos viviam coincidem com as maiores indicações de centros de origem da melancia (KEAY; HEPPER, 1985; MALLICK; MASSUI, 1986). Pode-se assumir, portanto, que muitas etnovariedades africanas de diferentes procedências, principalmente das áreas dos sudaneses e de bantos, foram introduzidas na costa do Nordeste brasileiro. Uma vez que, na nova terra, a melancia foi incorporada na dieta comum e cultivada, o tamanho das populações de melancia deve ter crescido rapidamente, o que provavelmente minimizou as pressões natural e humana sobre a cultura (ROMÃO, 2000). Em tal situação, a sobrevivência de mutantes espontâneos e recombinantes raros são mais prováveis que o usualmente observado nas fases iniciais de domesticação (PICKERSGILL; HEISER, 1976; PICKERSGILL, 1998).
No início do período colonial (século 16), as maiores concentrações populacionais no Brasil estavam confinadas na área costeira, nas áreas próximas às plantações de cana-de-açúcar, onde o germoplasma introduzido era cultivado nas hortas das senzalas (ANDRADE, 1980; VERGER, 1987). Hibridização entre diferentes etnovariedades foi possível pelo cultivo na mesma área, possivelmente na mesma horta da senzala. Esse processo pode ter ocorrido inúmeras vezes durante o longo período de tráfico de escravos. De acordo com Pickersgill (1998), situações dessa natureza podem dar lugar ao aparecimento de novos segregantes e recombinantes, cujo aparecimento nos centros de origem das amostras de germoplasma de melancia, seria de outra maneira improvável.
Finalmente, o processo de expansão da colonização adentrou o continente (Figura 1), chegando à região semiárida, ao longo do Rio São Francisco (PORTO, 1964; ANDRADE, 1980). A comunicação e os negócios entre os assentamentos no sertão e os habitantes das áreas costeiras tornaram-se intensos, permitindo que novas amostras de germoplasma de melancia trazidas da costa chegassem à região semiárida. Nesse novo ambiente, populações de melancia estiveram sujeitas a novas pressões de seleção, tanto humanas quanto ambientais, as quais podem ter possibilitado o surgimento e a manutenção de novas variantes.
A variabilidade genética trazida do continente africano, aliada ao processo de manejo da cultura na agricultura tradicional da região, tornou o Nordeste brasileiro um centro secundário de diversidade da melancia (ROMÃO, 2000).
No Nordeste do Brasil, a melancia está presente em diferentes agroecossistemas. Três sistemas principais podem ser considerados. No primeiro sistema observado, plantas de melancia subespontâneas, que surgem próximas às casas e nas áreas de cultivo, são mantidas e colhidas para consumo da família e de pequenos animais domésticos. No segundo sistema, plantas de melancia são semeadas para consumo da família, e o excedente, se há, é comercializado. No terceiro sistema agrícola, as melancias são cultivadas para ser comercializadas (QUEIRÓZ et al., 1999a).
Nos dois primeiros sistemas, nos quais os agricultores consomem as melancias no campo, é favorecida a seleção para sementes com dormência, uma vez que esta permite que as sementes caídas no solo formem um banco. A dormência é vantajosa, visto que parte das sementes só germinará em um novo período chuvoso. Assim, esses sistemas tendem a contribuir para fixação de genes que inibam a germinação.
No terceiro sistema, os agricultores tendem a selecionar tipos específicos, particularmente frutos, que tenham qualidade para o mercado consumidor, o que atua de maneira que diminua a variabilidade nos campos. Entretanto, melancias espontâneas germinam próximo aos campos cultivados e podem possibilitar o fluxo gênico, introduzindo genes no sistema conduzido para o mercado. Recombinantes podem, desse modo, adicionar alguma variabilidade genética neste último sistema.
O manejo do germoplasma pelos agricultores familiares também é um importante componente do processo evolutivo. É muito comum que os agricultores reservem parte das sementes para os próximos cultivos, o que tende a diminuir a variabilidade, já que as plantas com características comerciais são favorecidas. Em alguns casos, os agricultores são incentivados a substituir as suas variedades tradicionais, como tem acontecido no distrito de Massaroca (Juazeiro, BA), em alguns locais do Piauí e, mais fortemente, em Arari, MA, onde as autoridades incentivavam um festival anual, no qual novas variedades são exibidas, e sementes são distribuídas para futuros plantios.
Entretanto, os agricultores geralmente trocam sementes de materiais de melancia por duas razões principais: a) pela curiosidade de conhecer novos materiais, diferentes plantas e tipos de frutos; b) para substituir materiais que foram perdidos por danos causados por pragas, por doenças ou por seca durante o cultivo. O intercâmbio de sementes implica migração entre os campos dos agricultores, o que pode contribuir não somente para adicionar nova variabilidade genética em cada unidade agrícola, como também para reduzir as diferenças existentes entre as unidades (Figura 2). Além disso, a diferenciação entre populações pode ser aumentada por meio da dispersão por animais silvestres, o que pode implicar efeito fundador. Do mesmo modo, contribui para isso o movimento das abelhas e o fluxo restrito de pólen (LOVELESS; HAMRICK,1984).
Figura 2. Diagrama da dinâmica evolutiva de populações de melancia da agricultura tradicional no Nordeste do Brasil.
Fonte: Elaboração dos autores, a partir de Romão (2000).
Em entrevistas feitas com agricultores de diferentes localidades do Nordeste brasileiro, foi possível confirmar que as sementes de melancia podem permanecer dormentes no banco do solo por algum tempo, uma vez que plantas de melancia aparecem espontaneamente sem que sejam plantadas nos campos, tão logo se inicie a estação chuvosa. As sementes são deixadas em campos de cultivo previamente cultivados, e são também dispersas por animais silvestres como o lobo-guará, por exemplo, que faz furos nos frutos maduros e consome a polpa que contém sementes (QUEIRÓZ, 2004).
O banco de sementes é resultado da ação de diferentes fatores genéticos e ecológicos. Ele pode ser resultado de genes que facilitam a dispersão de sementes, tais como o gene explosivo, que causa a abertura do fruto, permitindo que as sementes caiam no solo em campo, e os genes causadores de dormência. Essa dormência foi observada em algumas populações de melancia do Nordeste brasileiro. Entre os fatores ecológicos, se encontram o consumo dos frutos pelos agricultores como fonte de água (permitindo que as sementes sejam deixadas no campo) e o consumo de frutos por animais silvestres e domésticos (ROMÃO, 2000).
Entre as melancias espontâneas, existe um tipo morfologicamente distinto, que tem várias denominações locais em diferentes regiões do País, tais como: melancia-de-cavalo, melancia-abóbora e melancia-de-porco. Esse tipo, no entanto, está sendo popularizado no Nordeste brasileiro como melancia forrageira, em virtude de seu uso para alimentação animal. Trata-se de planta anual com grandes frutos, algumas vezes com cerca de 50 cm de comprimento por 30 cm de diâmetro, com polpa insípida, embora tenham outros formatos em diferentes regiões do País (ASSIS et al., 1994). Com base em estudos envolvendo eletroforese de isoenzimas, proteínas de sementes e dados de fertilidade de híbridos, Assis et al. (2000) concluem que a melancia-de-cavalo é muito mais relacionada à espécie C. lanatus que à C. colocynthis, e a consideram como C. lanatus var. citroides.
As populações tradicionais encontradas nos estados do Nordeste do Brasil serviram de base para a criação de banco ativo de germoplasma de cucurbitáceas da Embrapa Semiárido (BAGC) e parte desse germoplasma foi caracterizado (QUEIRÓZ et al., 1999b). Os resultados obtidos nas caracterizações desses materiais, associados a estudos semelhantes desenvolvidos no exterior (PRASAD et al., 1988; RAJENDRAN; THAMBURAJ, 1994), indicam que existe grande variabilidade nas populações mantidas pelos agricultores familiares e hoje conservadas nos bancos de germoplasma (FERREIRA; ROMÃO, 2005).
Grande variabilidade morfológica foi encontrada em relação às características da planta e de fruto. Diversos genes com alelos alternativos são conhecidos e explicam parte da variabilidade genética observada. Desde a primeira lista de 25 genes apresentada para melancia (ROBINSON et al., 1976), a maioria relacionada a caracteres de sementes e frutos, os trabalhos nessa área têm sido muito prolíficos. A mais recente lista, que apresenta 52 genes e 11 marcadores moleculares, foi produzida por Guner e Whener (2003) e revisada em 2007 por Whener (2007).
Como observado em experimentos de caracterização morfológica, cerca de 85% dos caracteres incluídos na lista de genes para melancia foram detectados em acessos do BAGC. Além desses caracteres, outros não descritos na literatura foram observados nos materiais caracterizados do BAGC, tais como resistência à Sphaerotheca fuliginea e à Alternaria sp., frutos de casca amarela, alta prolificidade, entre outros. Alguns desses novos genes ou combinações parecem ter sobrevivido por causa das vantagens adaptativas em alguns ambientes do Nordeste do Brasil. De fato, a resistência à Sphaerotheca fuliginea foi verificada mais frequentemente em áreas do Nordeste onde a pluviosidade varia de 400 mm a 500 mm, enquanto a resistência à Didymella bryoniae foi mais frequente em locais com pluviosidade que varia de 1.300 mm a 1.600 mm (DIAS, 1993; QUEIROZ et al., 1994). A resistência à Didymella, assim como à Fusarium, foi encontrada em acessos de C. lanatus (DIAS et al., 1996) e C. lanatus var. citroides (LEVI et al., 2001b).
Alguns estudos de variabilidade genética em melancia têm usado marcadores isoenzimáticos ou marcadores de DNA (ZAMIR et al., 1984; LEE et al., 1996; LEVI et al., 2001a; 2001b). Os marcadores isoenzimáticos apresentam, em geral, pouco polimorfismo. Nas populações do Nordeste brasileiro, seis sistemas isoenzimáticos foram polimórficos: fosfatase ácida (ACP), esterase (EST), catalase (CAT), peroxidase (PER), fosfoglucoisomerase (PGI) e ácido málico (ME), e exibiram 13 locos gênicos, dos quais 10 eram polimórficos. Destes últimos, cinco mostraram padrões distintos entre as variedades cultivadas e as melancias forrageiras. Em muitas localidades onde essas melancias são encontradas, as cultivadas apresentaram indivíduos com padrões heterozigóticos, evidenciando um fluxo gênico (ASSIS et al., 2000).
O cultivo da melancia forrageira tem sido incentivado no Semiárido, considerando-se que essa espécie apresenta boa digestibilidade e resistência à limitação hídrica. O crescimento desse cultivo, em que populações tradicionais de melancia estão presentes, poderá intensificar a introgressão entre esses dois conjuntos gênicos distintos, comprometendo a estrutura genética das variedades cultivadas. O mesmo fenômeno de introgressão foi detectado em germoplasma estudado nos EUA, utilizando-se marcadores de DNA (LEVI et al., 2001b).
A baixa variabilidade isoenzimática encontrada em melancia tem sido associada à mesma pressão seletiva no processo de domesticação que favoreceu alelos raros para cor de polpa e para sabor não amargo.
O principal fator de ameaça à variabilidade genética encontrada nas populações tradicionais é a substituição dessas por variedades melhoradas. Assim, muitos genes úteis para programas de melhoramento podem estar sendo perdidos. Ao contrário da de abóbora, nativa das Américas e cuja parte significativa da produção nacional parte do cultivo de variedades tradicionais, a produção de melancia no mercado nacional é quase exclusivamente representada por variedades melhoradas. As populações tradicionais estão restritas aos agricultores familiares.
Considerando-se a existência no Brasil de germoplasma de melancia com expressiva variabilidade, foi iniciado um programa de melhoramento visando aos seguintes objetivos: a) ampliar o resgate da variabilidade existente na agricultura tradicional; b) obter populações e linhagens com maior produtividade e com diferentes padrões de frutos, dando atenção a frutos de diferentes tamanhos, seja para as redes de supermercados, seja para a exportação; c) desenvolver resistência a doenças foliares, tais como oídio, causado por Sphaerotheca fuliginea; alternaria, causada por Alternaria cucumerina; e os potyvirus PRSV-w (vírus da mancha anelar do mamão, estirpe melancia), WMV (vírus do mosaico da melancia) e ZYMV (vírus da abobrinha); d) desenvolver resistência ao cancro das hastes (QUEIRÓZ et al., 2001). Também foram obtidas progênies de melancias tetraploides, as quais deram origem a diferentes híbridos triploides experimentais (SOUZA et al., 1999; SOUZA, 2000).
Assim, existem linhagens e populações com diferentes graus de homozigose, as quais estão sendo trabalhadas na Embrapa Semiárido e na Embrapa Rondônia, além de avaliadas em diferentes ambientes, para que seja possível eleger algumas populações, a fim de que sejam liberadas como cultivares de polinização livre e com diferentes padrões de frutos. Também estão sendo avaliadas várias linhagens de melancia – muitas delas com vários ciclos de autofecundação – para síntese de híbridos com e sem semente e com diferentes padrões de frutos. Estes últimos ainda necessitam de avaliações mais amplas para a obtenção de sementes de boa germinação, as quais não apresentem altas taxas de sementes perfeitas em frutos triploides. No entanto, estão sendo feitos vários cruzamentos entre linhas avançadas e fontes diversas de germoplasma, com vistas na busca de resistência a fungos de solo, tomando-se como base o trabalho desenvolvido por Dias (2003), feito em melão. No momento, o método vem sendo adaptado para a cultura da melancia, pois os fungos de solo representam um grande problema para o cultivo de melancia em condições irrigadas do Semiárido brasileiro.
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